Prémio Goncourt divulga os primeiros 15 candidatos ao galardão das Letras francesas

Esta lista conhecerá mais duas etapas no processo de eleição até ao final de Outubro, sendo o vencedor anunciado em Novembro.

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Emmanuel Carrère PIER MARCO TACCA/GETTY IMAGES

O escritor Emmanuel Carrère, vencedor do Prémio Hemingway 2019, também cineasta, realizador de Amor Suspeito, que dirigiu sobre a sua obra, é um dos 15 nomeados para o prémio de literatura da Academia Goncourt, anunciados em França esta terça-feira. Autor de Limonov e de O Adversário, dois romances publicados em Portugal, respectivamente pela Sextante e a Tinta-da-China, Emmanuel Carrère está nomeado pela sua mais recente obra, Yoga, de acordo com a lista publicada pela Academia no seu site. O romance acompanha a derrapagem da vida de um escritor, quando o mundo se desmorona à sua volta.

O romancista e investigador Tobie Nathan, escritor de origem egípcia, conhecido pioneiro da etnopsiquiatria, que privilegia a abordagem do ambiente sociocultural na análise, encontra-se nomeado pelo romance La Société des Belles Personnes, a história de um jovem imigrante judeu, saído das ruas do Cairo. Autor de uma revisitação da obra de Sigmund Freud – A Nova Interpretação dos Sonhos, publicada em Portugal pelos Livros Horizonte –, Nathan soma 10 romances, a par de diversas obras de ensaio e investigação, na área da psiquiatria e da psicanálise.

O autor franco-venezuelano Miguel Bonnefoy está também entre os candidatos, com Héritage. Filho do escritor chileno Michel Bonnefoy (O Tédio de Um Homem Ocupado, ed. Teorema), Miguel nasceu em Paris, viveu em Caracas e em Lisboa, antes de se fixar na capital francesa. Héritage, o seu mais recente livro, surge depois de uma residência na Vila Médicis. Bonnefoy foi finalista do Prémio Goncourt Revelação, com o romance de estreia, Le  Voyage d"Octavio, de 2015.

Mohammed Aissaoui, por Les Funambules, Djaili Amadou Amal, com Les Impatientes, Sarah Chice, com Saturne, Lola Lafon, por Chavirer, Hervé Le Tellier, por L'Anomalie, Jean-Pierre Martin, por Mes Fous, Carole Martinez, por Les Roses Fauves, e Irène Frain (autora de um livro sobre o fenómeno Diana), por Un Crime sans Importance, são outros nomeados para a “long list” do Prémio Goncourt.

Os restantes nomeados são Camille Pascal, por La Chambre des Dupes, Mael Renouard, por L'Historiographe du Royaume, Maud Simonnot, por L'Enfant Céleste, e Camille de Toledo, por Thésée, sa Vie Nouvelle.

Esta lista conhecerá mais duas etapas no processo de eleição, a decorrer na Academia até ao final de Outubro. O vencedor, definido por maioria absoluta, é anunciado todos os anos no início de Novembro.

Historicamente, o Prémio Goncourt, um dos mais importantes para a literatura em língua francesa, traduz-se apenas num cheque no valor simbólico de 10 euros, entregue ao laureado, mas a sua atribuição provoca desde logo o aumento das vendas e assegura a tradução e edição a nível internacional, segundo o site da Academia.

Desde a sua criação, em 1903, o Goncourt distinguiu escritores como Marcel Proust, Elsa Triolet, Simone de Beauvoir, Romain Gary, Patrick Modiano, Tahar Ben Jelloun, Érik Orsenna, Amin Maalouf, Jonathan Littell, Mathias Énard e Leila Slimani.

Em 2019, o Goncourt foi entregue a Jean-Paul Dubois, pelo romance Tous les hommes n"habitent pas le monde de la même façon.

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