Pedro Pinto quer inverter “funcionalização do PSD”

Deputado justifica por e-mail apresentação da candidatura à liderança da bancada.

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Pedro Pinto não apresentou os nomes de coordenadores das comissões Nelson Garrido

O deputado Pedro Pinto assumiu-se como candidato à liderança da bancada do PSD para promover mais discussão interna, com reuniões regulares, e para “inverter a funcionalização” do partido. O texto da apresentação, a que o PÚBLICO teve acesso, foi enviado aos deputados do PSD. É uma candidatura alternativa à de Adão Silva, que se propõe suceder a Rui Rio no cargo.

“O tempo em que as decisões eram tomadas no gabinete do líder parlamentar acabou! Esse método é típico dos anos 80 em que um homem providencial se encontrava em condições de tomar as relevantes decisões políticas com que se debatia”, escreveu o candidato, remetendo para após as eleições os nomes dos coordenadores e vice-coordenadores de comissões.

O ex-vice-presidente de Passos Coelho justifica a sua candidatura em nome das “novas gerações”, por “imperativo de consciência” e “inspirado no legado histórico” de todos os líderes do PSD. “Faço-o, com o propósito de inverter a tendência de funcionalização que se tem sentido no nosso partido nos últimos anos e que contraria a nossa natureza, a nossa identidade e a nossa história”, escreveu, acrescentando que avança com “total solidariedade pessoal e política com o presidente do partido, Rui Rio, a quem reconhece “a abnegação, a convicção e a coragem para empreender as transformações que Portugal reclama”.

Pedro Pinto propõe-se “reformular” o funcionamento do grupo parlamentar através de reuniões regulares semanais às 9h30 da manhã (e quinzenais para coordenadores), defendendo que as decisões “necessitam de ser debatidas e tomadas num espírito de abertura, transparência, diálogo e concertação permanente entre todas e todos os colegas”. O grupo parlamentar não se reúne desde Fevereiro e anteriormente as reuniões deveriam ser quinzenais embora essa regularidade nem sempre isso fosse cumprida. 

O candidato propõe ainda “uma coordenação permanente com as estruturas autónomas do PSD, (JSD, TSD e ASD), e com as estruturas regionais e distritais do PSD, de todas as matérias politicamente relevantes”, além de prometer que representantes destas organizações estejam nas reuniões com os deputados. Quanto aos deputados eleitos pela Madeira e pelos Açores, Pedro Pinto promete dar liberdade de voto quando for necessário.

Além de uma “maior transparência na relação com a comunicação social”, Pedro Pinto defende a realização de uma reunião quinzenal entre a direcção do grupo parlamentar e os respectivos coordenadores regionais e distritais dos deputados do PSD, para “assegurar que as posições do grupo parlamentar reflectem as várias preocupações regionais e locais” sem se referir ao conselho estratégico nacional, órgão consultivo do partido.

As eleições para a liderança do grupo parlamentar estão marcadas para o próximo dia 17.

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