Terceiro tufão em três semanas faz estragos nas duas Coreias

O Haishen deixou 50 feridos e quatro desaparecidos no Japão e fustiga a Coreia do Sul e o seu vizinho do Norte com ventos de 112 km/hora e chuvas fortes.

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Ondas fortes em Busan, a segunda maior cidade sul-coreana Reuters/YONHAP NEWS AGENCY
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Um carro apanhado por um deslizamento de terras em Geoje, na Coreia do Sul Reuters/YONHAP NEWS AGENCY
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Limpeza de artes de pesca danificadas pelo tufãono porto de Imwon, na cidade de Donghae LUSA/JEON HEON-KYUN

O tufão Haishen está a passar na costa Leste da Coreia do Sul, rumando para Norte, e já danificou prédios, inundou estradas e cortou a energia a milhares de casas, depois de ter causado mais de 20 feridos no Japão, onde quatro pessoas permanecem desaparecidas, depois de um deslizamento de terras.

A tempestade tem ventos com velocidades sustentadas de 112 km por hora e causou cortes de electricidade que afectaram 17.500 habitações na ponta sul da península da Coreia, quando entrou em terra, na cidade de Ulsan, anunciou a agência meteorológica sul-coreana. Os ventos, acompanhados de chuva forte, arrancaram árvores pela raiz e houve deslizamentos de terras perto de prédios de apartamentos na ilha de Geoje, no sul da península.

A agência meteorológica informou que o tufão, o terceiro a atingir a península em poucas semanas, está a enfraquecer e provavelmente será classificado como tempestade tropical em 24 horas.

Os carros tiveram dificuldade para navegar pelas estradas inundadas em Ulsan e outras cidades costeiras, como Busan, Sokcho e Gangneung. Pelo menos uma pessoa ficou ferida quando o carro em que viajava se virou por causa dos ventos fortes em Busan, a segunda maior cidade da Coreia do Sul, onde também houve cheias, segundo dados oficiais citados pela Reuters.

Mais de 1600 pessoas foram retiradas das suas casas em antecipação da tempestade, e mais de 340 voos, em sete aeroportos, incluindo o Aeroporto Internacional Jeju, foram cancelados. Foi ainda suspensa a circulação de algumas linhas de comboio nacionais e 114 rotas de navegação marítima foram canceladas.

Foram encerrados dois reactores nucleares na cidade de Gyeongju, a cerca de 375 km para sudeste de Seul, de acordo com a agência noticiosa Yonhap. 

O tufão Haishen atingiu a Coreia do Sul poucos dias depois de o tufão Maysak ter também atingido a península da Coreia, fazendo pelo menos dois mortos e deixando milhares de pessoas sem energia eléctrica.

A Coreia do Norte, que foi fortemente atingida pelo Maysak e também pelo furacão Bavi há uma semana, também está na trajectória do Haishen - espera-se que alcance a cidade portuária de Chongjin na tarde desta segunda-feira. A agricultura norte-coreana é especialmente vulnerável às intempéries, e as tempestades e cheias deste Verão têm suscitado muitas preocupações quanto à capacidade de o país se alimentar, juntando-se aos problemas de uma economia devastada pelas sanções norte-americanas e encerramento da fronteira devido à pandemia do novo coronavírus, além da escassez crónica de alimentos.

Segundo a imprensa estatal norte-coreana, o líder Kim Jong-un visitou áreas atingidas por tufões, demitiu um alto funcionário regional e prometeu enviar 12 mil trabalhadores da capital, Pyongyang, para ajudar nos esforços de recuperação.

Espera-se que a tempestade chegue no final do dia de hoje à região nordeste da Coreia do Norte, que foi atingida pelo tufão Maysak na semana passada.

No fim-de-semana, o tufão Haishen - que significa “deus do mar” em chinês - passou por Okinawa e outras ilhas do sul do Japão. Esta segunda-feira, o tráfego ainda estava paralisado em alguns lugares, os comboios de alta velocidade foram suspensos e a maioria dos voos domésticos de e para os aeroportos do sudoeste japonês foram cancelados.

A Agência de Gestão de Incêndios e Desastres do Japão disse que pelo menos 50 pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente e, em Miyazaki, quatro estão desaparecidas. Esta manhã, cerca de meio milhão de casas ainda estavam sem energia. 

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