A intensidade do Bayern contra o apetite do Lyon

A segunda meia-final da Liga dos Campeões opõe o grande favorito a um outsider que já deixou dois gigantes pelo caminho.

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LUSA/Miguel A. Lopes / POOL
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Já houve uma meia-final da Liga dos Campeões a colocar frente a frente o Olympique Lyon e o Bayern Munique. Foi em 2010 e os alemães impuseram-se por uma margem de 4-0 no total das duas mãos. Mas tirando a presença nessa eliminatória de Thomas Müller e David Alaba, pouco mais haverá em comum com o encontro desta noite, no Estádio de Alvalade, em Lisboa (20h, ElevenSports). Os franceses surgem nesta fase como um outsider, os alemães como favoritos, sendo que se há algo em que esta edição atípica da Liga dos Campeões tem sido pródiga, é em surpresas.

Só há uma equipa (o Real Madrid) com mais presenças do que o Bayern nas meias-finais da Liga dos Campeões, mas as últimas quatro tentativas de atingir a final fracassaram. Hans-Dieter Flick, treinador dos bávaros, tem razões parar crer que desta vez será diferente. A recente e histórica goleada imposta ao Barcelona (8-2) contribui para cimentar a imagem de uma equipa pujante e os números atestam-no: 39 golos marcados nesta edição da prova, que configuram um novo recorde do clube (o anterior era de 33, relativo à época 2014-15).

“Estou entusiasmado com a equipa. Temos uma grande intensidade e qualidade. Isso dá-nos confiança. Estou calmo, porque a equipa está muito bem, mas sabemos que temos de ter a mesma intensidade do jogo com o Barcelona para prosseguir para a final”, avalia Hans-Dieter Flick, que depois de ter pegado na equipa como técnico interino assinou, em Abril, um contrato de três anos.

O treinador alemão tem, de resto, também larga experiência na análise dos adversários e no tratamento de dados dos jogadores, missão que cumpriu com sucesso ao serviço da selecção A. “Estamos a par da qualidade do Lyon. Eles defendem bem, são muito compactos e colocam muitos jogadores atrás da linha da bola. Depois têm muita qualidade no ataque, por isso temos de fazer as coisas certas”, alerta.

O Lyon, na verdade, já escreveu parte da história de sucesso do futebol francês nesta época, ao contribuir para que o país tivesse colocado, pela primeira vez, dois representantes nas meias-finais. E tendo em conta que, depois da fase de grupos, eliminou candidatos como a Juventus e o Manchester City, todos os cuidados serão poucos. Ainda que o historial de confrontos com o Bayern não lhe seja favorável: quatro derrotas, dois empates e duas vitórias.

“Sabemos com quem vamos jogar. Eles não têm pontos fracos, mas nenhuma equipa é perfeita. Se formos capazes de impor o nosso jogo e fazermos o que temos de fazer em posse, com boas combinações, poderemos conseguir alguma coisa”, desfia Rudi Garcia, insistindo na ideia de que se os seus jogadores se sentissem inibidos seria preferível ficarem no hotel a ver o jogo na televisão.

O Lyon, que se treinou no Estádio do Restelo ao final da tarde de ontem, pode não ter a mesma experiência do rival nestas andanças, mas pode sempre usar o triunfo improvável sobre o City como prova de que o favoritismo tem um peso relativo. Rui Garcia destaca a importância do aspecto mental em jogos desta exigência e deixa uma imagem curiosa no ar: “Muitas vezes desenvolvemos mais apetite enquanto comemos. Temos apetite e queremos chegar à final e só conseguiremos alcançá-la se tivermos uma prestação excepcional amanhã [hoje]”.

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