A Polícia Judiciária apreendeu 375 quilos de cocaína escondidos num contentor que transportava bananas, num centro logístico a norte de Lisboa (Azambuja), e deteve quatro cidadãos entre os 33 e os 56 anos.

Fonte ligada à investigação confirmou ao PÚBLICO que dois dos detidos são agentes da PSP e são suspeitos de integrar uma organização criminosa que traficava centenas de quilos de cocaína em Portugal, proveniente da América Latina.

O porta-voz da direcção nacional da PSP referiu que os dois agentes eram do comando de Faro. Será aberto em breve um processo disciplinar pela Direcção Nacional da PSP, que poderá consistir na suspensão de funções e desarmamento, explicou o porta-voz.  

A PJ refere que os quatro detidos foram presentes à autoridade judiciária competente durante o fim-de-semana e ficaram em prisão preventiva. Segundo o Jornal de Notícias o cartel a que pertenciam foi vigiado pela PJ que deu conta da entrada de centenas de quilos de cocaína e do seu transporte para um armazém na Azambuja. Foi precisamente junto a este armazém que os quatro traficantes foram detidos.

Durante esta operação seriam ainda apreendidas três viaturas, bem como diversos objectos e documentação, “com interesse probatório”.

Recentemente, em Maio, também dois agentes da PSP foram constituídos arguidos no âmbito da investigação Dupla Face por suspeitas de integrarem um gangue que se dedicava à extorsão e ao tráfico de droga. Segundo o PÚBLICO apurou na altura, eram suspeitos de avisarem o grupo criminoso de eventuais operações da PSP e de extorquir dinheiro aos revendedores de droga, sendo uma espécie de “cobradores” dos traficantes. Um dos polícias pertencia à esquadra de São Julião, na Baixa, e o outro estava colocado na Polícia Municipal de Lisboa.

Em Janeiro, o Ministério Público acusou um agente da PSP, entre outros arguidos, por tráfico de droga, apontado como um dos líderes de uma organização criminosa. O julgamento do agente, Bernardino Mota, está para breve — era delegado sindical da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia da PSP (ASPP/PSP), juntava créditos sindicais às suas folgas para ir buscar droga a Espanha. O grupo era um dos grandes fornecedores de haxixe da região Norte.