Gigantes tecnológicas crescem na pandemia apesar da crise económica mundial

Paragem global da actividade económica e social tem aumentado a dependência dos produtos e serviços das chamadas big tech.

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Mac da Apple teve o segundo trimestre mais forte de sempre Reuters/Mike Segar

Os resultados trimestrais das maiores empresas dos Estados Unidos (Apple, Amazon, Facebook e Alphabet – dona da Google), divulgados na quinta-feira, mostram que a indústria está a ter ganhos apesar da crise económica. As empresas são ajudadas pelo confinamento, uma vez que os consumidores, fechados em casa, utilizam aparelhos electrónicos e a Internet para diversas actividades: entretenimento, socialização, educação, compras, etc. A informação é avançada pela Bloomberg.

Juntas, as quatro empresas declararam receitas de 206 mil milhões de dólares (aproximadamente 175 mil milhões de euros) e um rendimento líquido de 29 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros) no segundo trimestre de 2020.

Como as gigantes tecnológicas olham para os resultados

Os executivos da Apple reconheceram os bons resultados, mas mudaram rapidamente o seu discurso para lamentar a crise sanitária e económica vivida nos EUA.

“Estamos conscientes do facto de que estes resultados são um alívio durante uma época de adversidade económica para muitas empresas, grandes e pequenas, e também para as famílias”, disse o presidente-executivo, Tim Cook, numa conferência por telefone. No entanto, o gestor apressou-se a discutir de que forma está a Apple a ajudar a combater a pandemia de covid-19, como uma parceria com o Google para rastrear contactos e outro tipo de intervenções junto dos seus trabalhadores.

Tim Cook, em entrevista à Bloomberg, disse que as vendas de Ipad e computadores Mac aumentaram durante o confinamento devido ao teletrabalho e ensino à distância. O Mac teve o seu segundo trimestre mais forte de sempre.

Já a Amazon não falou muito dos números. Os seus executivos preferiram focar-se no lado positivo: contratação durante a pandemia e investimento na segurança dos seus trabalhadores.

As vendas unitárias na Amazon aumentaram 57% à medida que as pessoas evitavam sair de casa e preferiam as compras online, de acordo com a Bloomberg.

O Facebook justificou os seus melhores resultados com a vontade que as pequenas e médias empresas têm de passar para o comércio digital. “Muitas empresas estão a lutar, mas ao mesmo tempo as empresas têm de passar para o online”, disse Sheryl Sandberg, directora de operações. “[O Facebook] é o lugar onde se pode criar um website, ou uma loja digital”, acrescentou.

A empresa informou que tem mais de 9 milhões de anunciantes e mais de 180 milhões de pequenas empresas que utilizam as partes gratuitas do seu serviço, tais como um perfil no Facebook ou Instagram.

A Alphabet foi a única das gigantes a relatar uma queda devido à pandemia – as receitas caíram pela primeira vez. O Google está exposto às indústrias de viagens e retalhistas, que têm sido particularmente atingidas pela crise, diz a Bloomberg.

Ainda assim, outras partes do negócio do Google tiveram um bom desempenho. Na “cloud” as vendas aumentaram 43% e no YouTube as receitas com anúncios cresceram 6%.

Os resultados das quatro empresas foram anunciados um dia depois de terem ido ao Congresso norte-americano prestar esclarecimentos, tentando convencer os norte-americanos que não representam monopólios tecnológicos. No entanto, não convenceram os congressistas, que acreditam que as quatro gigantes têm demasiado poder.

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