“Um discurso repugnante no quadro de uma União Europeia”

A resposta que Costa deveria ter deixado em Budapeste era muito simples: “muito bem, se não quer assim, faremos o fundo na zona euro, a que a Hungria não pertence, e será para isso que Portugal trabalhará na sua presidência”.

A expressão entre aspas que dá título a esta crónica pertence a António Costa, primeiro-ministro do nosso país, quando reagiu — e bem — às declarações do ministro das finanças dos Países Baixos que queria investigar, em plena pandemia, as razões por que certos países da União tinham capacidade orçamental reduzida. António Costa enfatizou que tinha pensado bem no que estava a dizer: “a expressão é mesmo essa, repugnante”. E no dia seguinte rejeitou de novo qualquer hipótese de estar a falhar na expressão: “excedi-me? estão a brincar comigo?”. António Costa tinha razão: “estar numa União Europeia a 27 não é viver isoladamente”, e por isso não se pode pretender resolver problemas num país e não resolver no outro, ou tratar problemas que são interligados como se fossem separados.

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