Contra os bretões, marchar, marchar!

Chegou a aguardar-se, com salutar expectativa, que a sra. Graça Fonseca patrocinasse a reunião das Spice Girls no Algarve, para um concerto único que celebrasse a aliança luso-britânica. Mas, lamentavelmente, tal não foi possível.

Em 1890, Portugal agitou-se de indignação. O Ultimato colocava o país de joelhos. Em resposta, os portugueses apedrejaram o consulado britânico, o explorador Silva Porto imolou-se pelo fogo em Angola, envolto na bandeira nacional, e Guerra Junqueiro, depois de escrever Finis Patriae, discursou, inflamado, contra a “situação”: “Os partidos correspondem ao estado da Nação. Fazem-me lembrar um homem que, numa feira, vendia vinho e vinagre na mesma pipa. O vinho saía por um lado e o vinagre por outro. A droga era a mesma.” Os europeus encolheram os ombros, porque estavam mais preocupados com as consequências da demissão de Bismarck. Para que a comoção patriótica tivesse um hino, Henrique Lopes de Mendonça escreveu A Portuguesa. Há um mito que diz que havia um refrão original, que era o reflexo do clamor patriótico: “Contra os bretões, marchar, marchar!” Se não foi assim, ou se esta era uma versão de quem a cantava nas ruas, nunca se saberá. Em 1911, A Portuguesa transformou-se no hino nacional. O refrão foi fixado para sempre: “Contra os canhões, marchar, marchar!”

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