Biden: EUA não precisam de um “líder de claque”, mas de um Presidente

Joe Biden apresentou um plano para combater a covid-19 e avisou que “todos precisam de usar máscara em público” defendendo, inclusive, uma norma federal para o efeito.

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Joe Biden discursou em Wilmington, esta terça-feira Reuters/KEVIN LAMARQUE

O candidato democrata às presidenciais, Joe Biden, atacou esta terça-feira, mais uma vez, a “má gestão histórica” do presidente Donald Trump relativamente à pandemia de covid-19, à medida que o número de casos confirmados tem aumentado em muitos estados.

“O povo americano não fez enormes sacrifícios ao longo dos últimos quatro meses, para... você [Trump] desperdiçar todos os seus esforços com os seus protestos e tweets da meia-noite”, disse Joe Biden, que falou em Wilmington, estado de Delaware. 

Biden afirmou, segundo o The New York Times, que os Estados Unidos da América precisam de um Presidente e não de uma “líder de claque”, referindo-se ao actual chefe de Estado. 

Adicionalmente, como indica a CNN, Biden criticou a Administração Trump pela abordagem feita até ao momento. Na sua opinião, se Trump tivesse agido mais cedo poderia ter reduzido o número de doentes e o impacto económico da pandemia. “Precisamos de planos reais, directrizes reais, com padrões uniformes, a nível nacional, para nos ajudar a delinear a nossa reabertura económica. O que quer que tenhamos estado a fazer agora não está a funcionar. A abordagem estado a estado só produzirá confusão e abrandará qualquer progresso”, disse.

O antigo vice-presidente lançou também um plano actualizado para enfrentar a pandemia, que incluiria mais testes e a contratação de pelo menos 100.000 rastreadores de contactos.

O candidato democrata referiu também que “todos precisam de usar máscara em público, ponto final” defendendo, inclusive, uma norma federal para o efeito. “Usem máscara. Não se trata apenas de si. É a sua família, vizinhos, colegas. É para manter as pessoas seguras”, acrescentou. 

Previu ainda que o surto do novo coronavírus irá provavelmente agravar-se com o início da época da gripe e acrescentou que os preparativos deveriam incluir mais vacinas contra a gripe.

Biden afirmou também que, se fosse eleito, pediria ao maior especialista em doenças do governo federal, Anthony Fauci, para cumprir outro mandato.

Trump e os seus aliados dizem que a taxa de infecção — que matou mais de 126.000 americanos, de acordo com uma contagem da Reuters — poderia ter sido maior sem as proibições de viagem que ele estabeleceu para os visitantes da China, e mais tarde da Europa. Argumentam que o aumento dos casos confirmados nas últimas semanas se deve em grande parte à execução de mais testes, embora o número de testes positivos também tenha vindo a aumentar.

A porta-voz da campanha de Trump, Courtney Parella, disse que Biden estava “a provocar o medo e a torcer contra o sucesso da América”, enquanto Trump liderou uma mobilização dos sectores público e privado que tinha abrandado a propagação do vírus.

O presidente republicano está atrás de Biden nas sondagens de opinião. As eleições estão marcadas para o próximo dia 3 de Novembro, no meio da crise sanitária e económica da pandemia e de protestos a nível nacional contra a violência policial.

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