Demissão irrevogável do presidente da Assembleia Municipal de Loulé

Adriano Pimpão adiantou que subscreve a tese de “mau funcionamento” nos serviços de urbanismo.

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O urbanismo esteve na base da divergência Filipe Farinha/Stills (colaborador)

O antigo reitor da Universidade do Algarve, Adriano Pimpão, renunciou ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Loulé alegando “falta de democracia” nas estruturas locais do Partido Socialista. O pedido formal deverá ter lugar na próxima semana depois de reunir a comissão permanente daquele órgão autárquico. “Não saio em divergência com o PS, saio em divergência com o PS-Loulé”, disse ao PÚBLICO o professor catedrático, lembrando que a ruptura dá-se por um “acumular de situações, relacionadas com o mau funcionamento da câmara”.

Na última reunião da Assembleia, na passada sexta-feira, o dirigente regional do Chega, Jorge Jesus, aproveitou a ocasião para criticar o funcionamento dos serviços do urbanismo. Por outro lado, o militante deste partido, João Ferreira, arquitecto, entregou na mesa da Assembleia um dossier com 58 páginas, alegando “dualidade de critérios na apreciação dos projectos” e lançando suspeitas. Adriano Pimpão pediu que fosse feito um inquérito para apurar os factos denunciados. A câmara mostrou “inteira confiança nos técnicos”, negando a alegada falta de transparência dos serviços.

O PSD, entretanto, em comunicado de imprensa, veio dizer que o autarca demissionário “foi muitas vezes o primeiro a questionar o executivo sobre matérias que ficavam sem resposta”. Por seu turno, o Bloco destaca a “forma exemplar” como professor dirige a Assembleia Municipal desde 2013, sublinhando que “procurou exercer as suas competências, assumindo plenamente as funções de órgão fiscalizador da actividade municipal”.

Na próxima segunda-feira, Adriano Pimpão deverá marcar uma assembleia extraordinária onde será eleito o futuro presidente depois de ouvir todos os partidos representados no parlamento municipal. “Na carta que vou dirigir aos deputados apresentarei as razões da minha renúncia”, disse Adriano Pimpão, adiantando, que subscreve a tese de “mau funcionamento” nos serviços de urbanismo. “O município é o Estado a nível local e deve pautar a sua actividade pela transparência para não perder a confiança das pessoas”, rematou.

Por outro lado, adiantou que vai, também, renunciar ao lugar de deputado municipal e de presidente da Assembleia Intermunicipal do Algarve.

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