Mais de 180 mil ganharam cidadania portuguesa em 2019. Israel entrou no top 3

Cerca de 25 mil dos pedidos de cidadania feitos no ano passado são com base na legislação que concede nacionalidade aos descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica.

Foto
Museu dos Judeus Turcos. É da Turquia que surgem mais pedidos de descendentes dos judeus sefardistas Rui Gaudencio

Mais de 180 mil pessoas obtiveram a nacionalidade portuguesa em 2019, de acordo com os dados do Ministério da Justiça publicados esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias. Foram mais 50 mil do que no ano anterior — em 2018 tinham sido 127.950 —, uma tendência de aumento que já era visível nos anos anteriores e que se mantém este ano.

O número de pessoas a quem foi concedida a nacionalidade foi, salienta o JN, o dobro dos bebés nascidos em Portugal nesse ano, 81.351.

Israel no top três 

Nos pedidos apresentados em 2017 e 2018, o Brasil liderava o top dos cinco países que mais pediram a nacionalidade portuguesa com o triplo dos pedidos em relação ao segundo país da tabela, Cabo Verde — seguia-se então a Ucrânia, Angola e Guiné-Bissau.

Em 2019, e ainda segundo os dados publicados no JN, a maioria continua a ser cidadãos do Brasil, de Cabo Verde mas na terceira posição aparece Israel. Dos 180 mil pedidos de nacionalidade feitos no ano passado cerca de 25 mil são com base nos judeus sefarditas, ou seja cerca de 14%. 

A importância dos pedidos e das concessões de nacionalidade portuguesa resulta em parte de uma alteração da lei em 2013 que deu a possibilidade aos descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição a pedirem a nacionalidade portuguesa, com base apenas num estudo das origens da família a comprovar que tem origens em Portugal.

Mas o crescimento do último ano também se explica pela alteração de 2018 da lei que passou a conceder a nacionalidade aos filhos de estrangeiros nascidos em Portugal desde que um dos pais aqui residisse há pelo menos dois anos – anteriormente o tempo mínimo necessário era de cinco anos. 

Assim, pela primeira vez, Israel passou para o top dos cinco, e fica em terceiro lugar, a seguir ao Brasil que continua no topo, e a Cabo Verde; seguem-se Angola e Guiné-Bissau.

Sugerir correcção