Receitas dos operadores com pacotes de serviços sobem 5,3% até Março

Segundo a Anacom, o crescimento de 5,3% justifica-se pelo aumento do número de subscritores, associado a actualizações de preços no início do ano. Nos tem mais receitas, Meo tem mais clientes.

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Há 4,1 milhões de subscritores de serviços de comunicações em pacote Nelson Garrido

As receitas dos operadores de telecomunicações com os pacotes de serviços aumentaram no primeiro trimestre, revelou a Anacom esta sexta-feira. O crescimento de 5,3% traduziu-se em receitas totais de 429,6 milhões de euros.

A subida de receitas “ocorreu em simultâneo com o aumento do número de subscritores e com o anúncio de “ajustamentos de preços” efectuados por alguns prestadores”, como a Meo e a Nos, explicou a entidade reguladora das comunicações.

De acordo com o relatório trimestral, a Nos foi o grupo com a maior quota de receitas (41,8%), seguindo-se Meo (40,5%), Vodafone (15%) e Nowo/Onitelecom (2,6%).

“Face ao trimestre homólogo, a Vodafone aumentou a sua quota de receitas em 1,3 pontos e todos os outros operadores registaram uma redução”, refere a Anacom.

No relatório desta sexta-feira, realizado com base nos dados reportados pelos operadores de telecomunicações, a Anacom revela que, em média, a receita mensal por cada subscritor de pacote (incluindo clientes residenciais e não residenciais) “está em crescimento desde o início de 2019”.

No final do primeiro trimestre, a receita mensal por subscritor de pacote foi de 35,02 euros (sem IVA), traduzindo um aumento de 0,7% face ao período homólogo. No caso das ofertas 4P e 5P, a receita média mensal caiu 3,1%, para 44,28 euros. Em contrapartida, subiu 4,1% nas ofertas 3P, para 35,02 euros.

No conjunto, as receitas das ofertas 4P (TV, Internet, telefone fixo e telemóvel) e 5P (que acrescenta a banda larga móvel) subiram 6%, para 271 milhões de euros, representando 63% das receitas totais.

Nos pacotes 3P (televisão, Internet e voz fixa) as receitas também aumentaram 6,2%, para 135 milhões de euros (mais 6,2%), equivalente as 31,4% da receita total.

As receitas das ofertas só com dois serviços (2P) desceram 6,8%, representando apenas 5,6% do total, ou 24 milhões de euros.

A Anacom constata que o número de subscritores destas ofertas que juntam vários serviços totalizou 4,1 milhões, com mais 171 mil clientes do que no período homólogo (mais 4,4%).

O aumento explica-se essencialmente por um maior número de subscritores de ofertas 4P e 5P, num total de 126 mil novos clientes.

Estes clientes representam metade dos clientes de pacotes de serviços, num total de 2,05 milhões de clientes, de acordo com o regulador, que acrescenta que houve, contudo, um abrandamento no crescimento de subscritores deste segmento.

As ofertas 3P registaram 64 mil novos assinantes (1,64 milhões de subscritores ou 39,8% do total), enquanto os pacotes 2P perderam 19 mil clientes (para um total de 422 mil, aproximadamente 10%).

Apesar da maior quota de receitas pertencer à Nos, a Anacom refere que a Meo tem a maior fatia no que respeita ao número de clientes. No final de Março, a empresa do grupo Altice tinha 40,4% dos subscritores de serviços em pacote.

A Nos tinha 37% e Vodafone e Nowo/Onitelecom tinham 18,8% e 3,7%, respectivamente. Face ao primeiro trimestre do ano passado, a Vodafone foi o único prestador cuja quota aumentou, em 0,7 pontos percentuais.

Olhando ao tipo de oferta, a Meo tem a maior quota de subscritores nas ofertas 2P (42,8%) e 3P (37,5%), enquanto a Nos tem a maior percentagem dos clientes com pacotes 4P e 5P (43,3%).

A Anacom refere ainda que a declaração do estado de emergência a partir de 19 de Março “não teve impacto significativo sobre o total de subscritores de pacotes”.

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