Porto

Algumas horas em Serralves — não em festa, em reflexão

A fila para entrar no Museu de Serralves. A entrada é gratuita entre as 10h e as 13h do primeiro domingo de cada mês. Paulo Pimenta
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A fila para entrar no Museu de Serralves. A entrada é gratuita entre as 10h e as 13h do primeiro domingo de cada mês. Paulo Pimenta

A festa estava marcada também para aquele domingo, 7 de Junho. As 50 horas non stop do Serralves em Festa foram canceladas e a entrada gratuita no museu e parque ficou reduzida às três horas habituais do primeiro domingo de cada mês, entre as 10h e as 13h. 

Guiados pelas palavras de ordem de Yoko Ono, que espreitam por entre as folhas espalhadas por paredes e cartazes, sempre em maiúsculas, os visitantes passeavam pelo parque, subiam ao Tree Top Walk, punham a máscara para entrarem no museu. "Antes de manusear estes dossiês, o visitante terá de higienizar as suas mãos com gel de álcool", acrescentou-se, à exposição inaugurada pré-pandemia de Arthur Jafa. No jardim ora zen ora espinho de Yoko Ono, exposição panorâmica aberta finalmente a 30 de Maio, as instalações mais concorridas exigiam a participação de quem veio para mais do que ficar a ver, à distância. Um barco de refugiados num mar de tinta azul, onde foram escritas mensagens de apoio a quem tenta chegar à Europa (e, por vezes, ao Futebol Clube do Porto); caderninhos para deixar memórias sobre grilos ou mães. 

Enquanto um visitante trepava contra as regras o The Curious Vortex, o pavilhão de jardim com um "tornado dentro" de Olafur Eliasson, outra respeitava as indicações da artista nascida em Tóquio espalhadas pelo seu O jardim da aprendizagem da liberdade. Não houve festa nem mais de 200 mil visitantes. Mas não se deixou de entrar, tocar, espreitar, dançar (ao som de música negra), criar, reflectir, deixar. 

Dentro de uma das peças da exposição panorâmica de Yoko Ono, inaugurada a 30 de Maio.
Dentro de uma das peças da exposição panorâmica de Yoko Ono, inaugurada a 30 de Maio. Paulo Pimenta
<i>Yoko Ono: o jardim da aprendizagem da liberdade</i> convida a espreitar, tocar e reflectir sobre as peças
Yoko Ono: o jardim da aprendizagem da liberdade convida a espreitar, tocar e reflectir sobre as peças Paulo Pimenta
O cinema de Arthur Jafa, <i>Uma série de interpretações absolutamente improváveis, ainda assim extraordinárias</i>
O cinema de Arthur Jafa, Uma série de interpretações absolutamente improváveis, ainda assim extraordinárias Paulo Pimenta
<i>Selfies</i> com distanciamento social (pelo menos para a fotografia)
Selfies com distanciamento social (pelo menos para a fotografia) Paulo Pimenta
O uso de máscara é obrigatório dentro do museu.
O uso de máscara é obrigatório dentro do museu. Paulo Pimenta
O jardim por vezes <i>zen</i> outras espinhoso de Yoko Ono
O jardim por vezes zen outras espinhoso de Yoko Ono Paulo Pimenta
Cem caixões de pinho, com vasos de oliveiras, ocupam o piso térreo do museu
Cem caixões de pinho, com vasos de oliveiras, ocupam o piso térreo do museu Paulo Pimenta
Paulo Pimenta
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À vez, sozinhos ou em pequenos grupos, os visitantes sentam-se a ver o cinema de Arthur Jafa.
À vez, sozinhos ou em pequenos grupos, os visitantes sentam-se a ver o cinema de Arthur Jafa. Paulo Pimenta
Uma das salas mais concorridas: o barco de refugiados de <i>Yoko Ono</i>, num oceano de tinta azul
Uma das salas mais concorridas: o barco de refugiados de Yoko Ono, num oceano de tinta azul Paulo Pimenta
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O passadiço <i>Tree Top Walk</i> é uma das mais recentes atracções do parque.
O passadiço Tree Top Walk é uma das mais recentes atracções do parque. Paulo Pimenta
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"O visitante terá de higienizar as suas mãos com gel de álcool": as novas mensagens dos museus
"O visitante terá de higienizar as suas mãos com gel de álcool": as novas mensagens dos museus Paulo Pimenta
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À entrada do Museu de Serralves
À entrada do Museu de Serralves Paulo Pimenta
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