O Reino Unido apoia as comunidades mais vulneráveis no combate à pandemia

A nossa prioridade nesta crise é salvar vidas, tornar as economias mais resilientes e prevenir futuras vagas de contágio. Trabalhar em conjunto com parceiros como Portugal para combater o coronavírus é a única maneira de o derrotar.

O coronavírus está a afetar as comunidades em todo o mundo. Ainda não sabemos quão profundo e abrangente será o seu efeito, mas é evidente que ninguém estará em segurança até que todos estejamos em segurança.

Esta pandemia tem demonstrado como o nosso mundo está interligado. Se queremos reduzir o impacto global do vírus a longo prazo e ajudar a prevenir uma segunda vaga, precisamos de assegurar que os países mais vulneráveis conseguem aguentar.

Neste momento, o panorama é desolador para muitos países do mundo em desenvolvimento, que estão a atravessar crises de saúde, humanitárias e económicas; e ao longo dos próximos anos enfrentam a perspetiva de dificuldades muito maiores.

Como ministra britânica responsável pela saúde global no Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID) e no Ministério dos Negócios Estrangeiros (FCO), tenho testemunhado como a enorme generosidade do povo britânico, e o conhecimento dos nossos investigadores e engenheiros, estão a ajudar a liderar uma resposta global.

Os especialistas em saúde identificaram os fracos sistemas de saúde dos países em desenvolvimento como um dos maiores riscos para a disseminação global do vírus. Não resolver esse problema deixa o Reino Unido e o nosso SNS expostos a futuras vagas de infeção. Tal como Portugal está a fazer com os PALOP, nós estamos a ajudar os países mais pobres, fortalecendo os seus sistemas de saúde.

Estamos também a apoiar as economias mais vulneráveis com o alívio da dívida, e a estudar novas vacinas e tratamentos. Até ao momento, alocámos mais de 800 milhões de euros para este objetivo, um investimento com vista a garantir que conseguimos acabar com esta pandemia mais cedo, protegendo assim as nossas comunidades.

Deste financiamento, cerca de 225 milhões de euros destinam-se a apoio humanitário de emergência para treinar equipas de resposta rápida e equipas médicas nos países em desenvolvimento na identificação e tratamento do coronavírus. Este apoio permitirá também fornecer medicamentos vitais para que os sistemas de saúde mais frágeis possam continuar a funcionar; e sabão e estruturas adequadas para que as pessoas possam lavar as mãos ou ficar em isolamento quando necessário em campos de refugiados e nas comunidades mais pobres do mundo.

A pandemia também constitui um risco de colapso económico para muitos países, anulando os progressos significativos alcançados nas últimas décadas na redução da pobreza global. Embora o Governo Britânico tenha planos robustos e generosos para proteger a economia britânica, outros países não terão a mesma sorte.

Foi por isso que em abril o Reino Unido ajudou a liderar o apelo dos países do G20 para suspender até ao final de 2020 os pagamentos de serviço da dívida das nações mais pobres, permitindo um alívio financeiro de até 10,75 mil milhões de euros que podem ser investidos na resposta à pandemia. Juntamente com os cerca de 168 milhões de euros que disponibilizámos ao Fundo Monetário Internacional para o alívio da dívida, permitirá que os países em desenvolvimento canalizem mais do seu próprio dinheiro para os esforços de combate ao vírus.

Como disse o primeiro-ministro, a forma de acabar de vez com a pandemia será sempre através de uma vacina — este é o maior esforço partilhado da nossa vida. É por isso que o Reino Unido é o principal patrocinador da investigação internacional em vacinas realizada pela Coligação para a Inovação na Preparação contra Epidemias (CEPI), comprometendo-se com um investimento de 281 milhões de euros. Portugal partilha connosco o empenhamento em enfrentar estes desafios, sendo que o primeiro-ministro António Costa anunciou recentemente uma contribuição de dez milhões de euros para a CEPI em nome dos dez milhões de portugueses.

Cientistas britânicos estão a trabalhar com parceiros internacionais, e já há testes clínicos em curso no Reino Unido, com o apoio do grupo de trabalho para a vacina criado pelo nosso governo.

O fim da pandemia e as ameaças que ela representa para o Reino Unido só será possível se uma vacina estiver disponível para todos. Estou orgulhosa da forma como o Reino Unido, juntamente com a OMS e países como França, Alemanha, Malásia e África do Sul, liderou iniciativas com vista a assegurar um acordo para que qualquer nova vacina seja disponibilizada em todo o mundo.

No último domingo assinalou-se o aniversário de Edward Jenner, o médico britânico considerado como o pai das vacinas modernas. É, portanto, apropriado que o Reino Unido seja o anfitrião virtual da Cimeira Global de Vacinas esta quinta-feira, 4 de junho, em que nós e outras nações nos iremos reunir para assegurar o futuro das vacinas globais através da GAVI, a Aliança Global de Vacinas.

Já anunciámos a nossa contribuição equivalente a mais de 370 milhões de euros por ano para a GAVI, que permitirá imunizar 75 milhões de crianças nos países mais pobres do mundo contra doenças como o sarampo, a febre tifóide e pneumonia.

A cimeira será conduzida pelo primeiro-ministro Boris Johnson, reunindo outros países, grandes doadores e empresas farmacêuticas, para angariar os fundos de que a GAVI precisa para vacinar crianças em todo o mundo contra essas doenças devastadoras e, por sua vez, consolidar os sistemas de saúde.

A nossa prioridade nesta crise é salvar vidas, tornar as economias mais resilientes e prevenir futuras vagas de contágio. Trabalhar em conjunto com parceiros como Portugal para combater o coronavírus é a única maneira de o derrotar.

Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

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