PSD quer ouvir no Parlamento presidente da comissão de protecção de crianças e jovens

O PSD considera que os menores “ficam particularmente expostos” a situações de risco em tempos de pandemia de covid-19.

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O PSD, liderado por Rui Rio, está preocupado com a exposição dos menores a riscos em período de pandemia LUSA/MIGUEL A. LOPES

O PSD quer ouvir no Parlamento Rosário Farmhouse, presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), alertando que os menores “ficam particularmente expostos” a situações de risco em tempos de pandemia de covid-19.

Num requerimento divulgado este sábado, os sociais-democratas salientam que esta comissão deve remeter anualmente à Assembleia da República até 30 de Junho o seu relatório de actividades.

“Acontece, porém, que o período excepcional de pandemia que atravessamos e as medidas de confinamento e perda de rendimento, entre outras, potenciam situações de risco familiar em que os mais frágeis, como as crianças e jovens, ficam particularmente expostos”, consideram.

Por isso, pedem “com carácter de urgência” a audição da presidente da CNPDPCJ para ouvir a avaliação de Rosário Farmhouse “perante os acontecimentos que vão sendo relatados nos media e que são a face visível das fragilidades sociais agravadas, agora, pela covid-19”.

O PSD quer ainda perceber, na audição parlamentar, que medidas está este organismo a implementar para minimizar os riscos “deste período particularmente perigoso”.

Em meados de Maio, a CNPDPCJ criou uma linha telefónica para denúncia de abusos e violência contra menores, apelando a amigos, vizinhos e familiares que se mantenham vigilantes durante o confinamento.

“Foi criado e está acessível (entre as 08:00 e as 20:00) o número de telefone 961231111, da responsabilidade da CNPDPCJ, que garantirá o devido encaminhamento dessas situações para a CPCJ [Comissão de Protecção de Crianças e Jovens] territorialmente competente”, informou a CNPDPCJ.

A campanha destina-se a apelar ao envolvimento da sociedade civil na prevenção e denúncia de casos, pondo o foco naquela que é considerada a primeira linha de acção, ou seja, amigos, família, conhecidos e vizinhos, pedindo-lhes que prestem atenção a sinais de alerta que seriam normalmente detectados e reportados por instituições como creches, escolas, clubes ou associações frequentados por crianças e jovens, que agora estão impedidos de o fazer devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.

Portugal tem 309 Comissões de Protecção de Crianças e Jovens que em 2018 (último relatório disponível) detectaram quase 14 mil situações de perigo, a maior parte por negligência, tendo havido um aumento nos casos de abuso sexual, e 254 crianças vítimas de abandono.

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