Workaholic, sonhador ou recluso: quem é quem em teletrabalho?

O Guia de Sobrevivência para Trabalhar desde Casa, da consultora britânica Robert Walters dá conselhos para não perder a motivação enquanto está em casa.

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É importante os empregadores apoiarem, não sufocarem e incentivarem a comunicação, recomenda o guia Thought Catalog/Unsplash

Com o anúncio da pandemia chegou o teletrabalho, que colocou milhões de pessoas em casa, a produzir à distância. A consultora britânica Robert Walters, especialista em recrutamento, analisou os comportamentos dos colaboradores em 31 países, onde está representada, elaborando um Guia de Sobrevivência para Trabalhar desde Casa, assim como identificou três tipos de personalidade em teletrabalho: o workaholic, sonhador e recluso. 

Se trabalha compulsivamente, sem pausas para comer, sem vida social, então é um workaholic, alguém viciado no trabalho e sem noção de horários. Este é um trabalhador que gosta do que faz e quer provar que não é menos produtivo por estar em casa. No entanto, essa atitude pode levar a pessoa a ter um esgotamento nervoso, alerta o documento.

A criação de um escritório em casa e o estabelecer um horário que evite estar demasiadas horas em frente ao computador, a juntar a pausas frequentes, são algumas recomendações para estes trabalhadores. Além de recomendar que se mantenha o contacto diário com colegas, o guia também sugere acabar o dia com uma actividade de lazer – fazer exercício físico ou assistir uma série na televisão.

O segundo tipo de personalidade é o sonhador. Alguém que se distrai com facilidade e deixa a mente deambular livremente. Apesar de também haver muitas distracções no escritório, a falta de uma rotina que se sente ao estar em casa pode diminuir a motivação, aponta a consultora. Ter a cabeça nas nuvens não ajuda na hora de realizar ou entregar trabalhos; se o sonhador sentir que o empregador não está satisfeito pode ficar desanimado.

Algumas das dicas para a produtividade e a motivação aumentarem incluem estabelecer objectivos para o dia, manter as rotinas do escritório, e até acordar às horas a que estava habituado para aproveitar o tempo gasto em deslocações e investir numa nova actividade.

Já o recluso prefere – como o próprio nome indica – o isolamento. Evita interacções sociais, preferindo mensagens instantâneas a fazer chamadas, e refugia-se na tranquilidade de casa, onde pode usar as mesmas roupas confortáveis durante dias. Apesar de cumprir os objectivos que lhe são propostos, põe em risco a sua saúde mental.

O guia aconselha os trabalhadores a evitar passar muitas horas seguidas sozinhos e que invistam em manter o contacto com os colegas, quer por videochamada quer a ser mais participativo durante as reuniões. Esta proactividade melhora a concentração, o sentimento de inclusão no grupo e diminui o risco de isolamento.

Aos empregadores, a Robert Walters recomenda que comecem por identificar na sua equipa as diferentes personalidades, de maneira a gerir melhor quer a motivação como a produtividade. É importante apoiar, não sufocar, e incentivar a comunicação, aponta.

Texto editado por Bárbara Wong

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