Reabertura do mercado de Braga adiada pela segunda vez, agora para Dezembro

Inicialmente adiada de Janeiro para Junho de 2020, a abertura da nova versão do novo mercado municipal está agora marcada para Dezembro, devido à necessidade de trabalhos a mais, responsáveis pelo acréscimo de um milhão de euros ao custo inicial da obra.

Maquete do projecto
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Quando a obra de requalificação e de ampliação do mercado municipal de Braga começou, em Abril de 2019, a sua conclusão estava agendada para Janeiro deste ano, mas foi adiada por serem precisos trabalhos a mais. O objectivo da Câmara Municipal era ter o equipamento reaberto antes do São João. A festa, todavia, foi cancelada devido à pandemia de covid-19 e o mercado já não vai abrir em Junho. A reabertura vai acontecer em Dezembro, segundo a estimativa anunciada nesta segunda-feira pelo presidente, Ricardo Rio.

O executivo municipal aprovou, em reunião quinzenal, uma nova extensão do prazo da obra, por 154 dias, até 31 de Outubro, pela mesma razão: trabalhos a mais. Apesar do calendário marcar Outubro como o prazo limite para o término da obra, o mercado só vai poder abrir pouco antes do Natal, avançou Rio. “O equipamento e a instalação têm de ser tratados. É preciso cerca de um mês para preparar a reabertura”.

Apesar de ter recusado o pedido da empresa responsável pela obra, a Costeira, para prorrogar a conclusão da obra até 30 de Novembro, tendo preferido fixar o término em Outubro, Rio considerou que os trabalhos a mais são normais, até por causa do limitado “conhecimento prévio” que havia sobre o edifício inaugurado em 1950. “Em relação à infra-estrutura em si, não temos assim tanta informação documentada”, alegou.

Além de já ter adiado a data de conclusão da obra por duas vezes, o executivo municipal já aprovou três conjuntos de trabalhos a mais, que superam o milhão de euros – verbas de 249.000, de 422.000 e de 351.000 euros, segundo a informação cedida pela autarquia ao PÚBLICO. Inicialmente orçada em 4,6 milhões de euros, a obra cuja principal marca é a nova cobertura do espaço, já custa 5,6 milhões.

Com arranque inicialmente previsto para 2017, mas atrasado devido a um conflito entre duas das construtoras envolvidas no concurso público, resolvido pelo Tribunal de Contas em Outubro de 2018, o projecto envolvia ainda 1,1 milhões de euros para arranjos exteriores e 800.000 euros para o mercado temporário. O custo com essa instalação, em funcionamento desde 21 de Março de 2019, já atingiu porém os 1,15 milhões, revelam dados fornecidos pela autarquia ao PÚBLICO. Apesar do custo, Ricardo Rio salientou que os cerca de 160 comerciantes têm, no espaço provisório, “condições melhores do que a esmagadora maioria dos mercados espalhados pelo país”.

Já um dos vereadores do PS, Artur Feio, considerou que “ninguém gosta de trabalhar em condições provisórias” e classificou o conjunto de adiamentos e de trabalhos a mais de “calamitoso”. “Esta é a obra que marcará o segundo mandato de Ricardo Rio, e é a cara dele: um: um flop, que começou com uma batalha judicial que atrasou a obra. Esta é a terceira fase de trabalhos a mais numa câmara que vive com constrangimentos”, afirmou o representante socialista, que se absteve.

A CDU também se absteve, com o vereador Carlos Almeida a mostrar preocupação pelo adiamento de quase um ano, pelo aumento dos custos para o município e também pela deslocação que os feirantes, anteriormente localizados no exterior do mercado, têm de fazer para a alameda do Estádio Municipal de Braga.

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