Brasil: “O lockdown tardio não vai achatar a curva. Falamos de milhões de pessoas infectadas”

Ricardo Arcêncio, epidemiologista da Universidade de São Paulo. diz que a entrada em vigor da quarentena obrigatória acontece tardiamente. “A covid-19 está a afectar a população economicamente activa no Brasil”.

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Rio de Janeiro PILAR OLIVARES/Reuters

Há um perfil nas cidades que começaram a aplicar o lockdown?
De maneira geral, temos algumas cidades mais calamitosas em relação à incidência e letalidade da covid-19. E aí destaco Manaus, onde a situação é caótica. Estamos praticamente com todas as UTI [unidades de cuidados intensivos] lotadas e o distanciamento social tem sido defendido com veemência, mas percebemos que não chega a 70%. Estão numa fase bastante crítica em relação ao número de mortos. O Rio de Janeiro também é muito afectado, mas tem ainda capacidade para atender as pessoas. Nestas últimas semanas, especificamente no Norte a disseminação está muito alta. E nos dados nacionais percebemos que ainda não chegámos ao pico da curva, estamos em ascendência, muito provavelmente por causa das medidas sanitárias que foram aprovadas tardiamente e pela não adesão da população ao distanciamento social. 

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