Confederação Independente de Pais preocupada com regresso de alunos às escolas

CNIPE alega que, apesar das medidas anunciadas, os alunos estão a ser usados como “cobaias” para testar a imunidade de grupo.

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Exército tem desinfectado as escolas para preparar o regresso presencial às aulas Nuno Ferreira Santos

A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação está preocupada com o regresso dos alunos dos 11.º e 12.º anos à escola, por considerar não estarem reunidas as condições de segurança, mesmo com as restrições anunciadas.

O Ministério da Educação enviou na terça-feira às escolas orientações para o regresso às aulas em regime presencial, que arrancam em 18 de Maio com os alunos do 11.º e 12.º anos.

Entre as orientações estão o uso de máscara para conter a disseminação do novo coronavírus, normas para a disposição das salas de aula, horários desfasados entre as turmas e intervalos reduzidos ao máximo, tendo os alunos de permanecer dentro das salas.

Esta quarta-feira, em comunicado, a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) diz que “este regresso será alegadamente para que os alunos tenham contacto com os seus professores antes dos exames, que lhes permitam preparar-se melhor” para as provas.

“A coberto de um argumento válido, pensamos que se procura um grupo-alvo de estudo em meio semi-controlado para que se teste a imunidade colectiva. Não se pode permitir isto, pois os nossos filhos e educandos não são cobaias”, realça a Confederação.

A CNIPE considera também que as orientações do Ministério da Educação que indicam que as aulas devem regressar para as turmas de exame (e não para os alunos que vão ter exame), vão fazer aumentar o risco de mais pontos de contacto ou de potencial contágio.

“Esperemos que tal não venha a acontecer”.

Contudo, a Confederação quer saber o que vai acontecer se se confirmar o contágio por covid-19 numa escola nesta fase. “O que vai acontecer? Os alunos desta escola vão ser dispensados dos exames? Há necessidade dos nossos filhos correrem este risco?”.

Na nota, a confederação chama também a atenção para “relatos conhecidos publicamente que dão conta de que ainda não estão reunidas as condições de desinfestação e higienização das escolas”. Por isso, entende que o apoio dado aos alunos através da internet, que “tem sido fundamental e positivo”, deve continuar.

“Entende a CNIPE que esta metodologia devia continuar e no caso dos nossos filhos e educandos terem dúvidas ou outro tipo de necessidades educativas, pode e deve ser o professor a regressar à escola e proporcionar o esclarecimento de dúvidas que exijam a utilização de quadro e outros meios que pode não ter na solução de teletrabalho”, é referido.

Por isso, a Confederação defende que a melhor opção é o não regresso dos alunos à escola.

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