Pico superado em quase toda a Europa. Bulgária é excepção
Segundo a directora do Centro Europeu de Controlo de Doenças, há um “declínio generalizado” da transmissão na Europa. Além da Bulgária, há quatro países “sem diferenças substanciais”.
A vaga inicial de transmissão da covid-19 na Europa já passou o seu pico, sendo a Bulgária o único país que regista ainda um aumento de casos, indicou esta segunda-feira a directora do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
Numa videoconferência com a comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, Andrea Ammon indicou que os dados mais recentes revelam que, “aparentemente, a vaga inicial de transmissão já passou o seu pico, com um declínio generalizado” do número de casos de infecção nos países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu mais Reino Unido. Actualmente, “só há um país com um aumento da incidência e quatro sem diferenças substanciais”.
Instada pelos eurodeputados a nomear os países em questão, a directora do ECDC especificou que o país que ainda regista uma curva ascendente na incidência de transmissão é a Bulgária, enquanto os quatro outros países “sem diferenças substanciais” na incidência de transmissão nos últimos 14 dias são a Polónia, a Roménia, a Suécia e o Reino Unido.
Na sua intervenção, a directora da agência sediada na localidade sueca de Solna defendeu que, no processo de desconfinamento que começa a acontecer um pouco por toda a Europa face à diminuição da incidência de transmissão do novo coronavírus, deve haver “uma gestão das expectativas das pessoas”.
“Isto é uma maratona, não é um sprint. Provavelmente já terão ouvido isto, o que não quer dizer que não seja verdade. As expectativas das pessoas relativamente à situação da pandemia e da duração dos efeitos que continuará a ter nas suas vidas no futuro previsível tem de ser gerida. Isto não vai acabar em breve, e as pessoas devem preparar-se mentalmente para tal. No mesmo sentido, não podemos baixar as nossas guardas durante o levantamento progressivo das medidas restritivas”.
Andrea Ammon reforçou ainda que “as pessoas devem ser recordadas permanentemente de que este vírus não se vai embora enquanto não tivermos uma vacina”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infectou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os Governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não-essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas, o que acontece nesta segunda-feira em Portugal e diversos outros países europeus.