Sentimento económico regista maior quebra mensal de sempre na UE

Bruxelas diz que dados de Abril colocam indicador em níveis de Março de 2009, na União Europeia (UE) e zona euro.

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Espanha foi um dos países onde o indicador mais caiu Tiago Lopes

O sentimento económico teve, em Abril, a maior quebra mensal desde que há registos (1985), tanto na zona euro quanto na União Europeia (UE), aproximando-se dos mínimos de Março de 2009, segundo a Comissão Europeia.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, na zona euro o sentimento económico caiu 27,2 pontos, para os 67,0 pontos, e na UE o recuo foi de 28,8 pontos, para os 65,8, face a Março, quando tinha sido já registada uma queda no indicador, também a maior queda mensal até então.

Os valores mínimos do sentimento económico foram registados em Março de 2009: 65,5 na zona euro e de 65,2 na UE.

O indicador das expectativas de emprego, um dos componentes do sentimento económico, colapsou para o seu valor mais baixo de sempre: -30,1 pontos para os 63,7 na zona euro e -31,2 pontos para os 63,3 na UE.

Considerando as maiores economias da área do euro, o sentimento económico recuou em todas, com maior expressão na Holanda (-32,6 pontos), Espanha (-26,0), Alemanha (-19,9) e França (-16,3), não tendo sido recolhidos dados em Itália devido ao confinamento rigoroso imposto devido à pandemia da covid-19.

Em todo o caso, alerta o executivo comunitário, em muitos Estados-membros a taxa de resposta foi inferior ao habitual.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infectou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios, a Europa soma mais de 128 mil mortos (mais de 1,4 milhões de casos).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020.

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