Covid-19: Portugal regista mais 16 mortes, aumento mais baixo desde início de Abril. Casos sobem 2,2%

Desde o início do surto foram contabilizados 25.045 casos positivos. Desta quarta para quinta-feira, casos crescem 2,2%, e mortes 1,6%. Há 172 pessoas nos cuidados intensivos e 1519 recuperadas.

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Em Portugal já morreram 989 pessoas devido à covid-19 Adriano Miranda

Desde o início do surto de covid-19 em Portugal, já morreram 989 pessoas, 16 das quais nas últimas 24 horas, o que equivale a uma subida de 1,6%. Desde o dia 6 de Abril que não se registava um aumento tão baixo do número diário de mortes. Há 25.045 casos registados, 540 identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 2,2%, de acordo com os dados do último boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Os números, divulgados esta quinta-feira, dão conta de 968 pessoas internadas (menos 12 do que nesta quarta-feira), das quais 172 estão nos cuidados intensivos (mais três do que no dia anterior).

Durante a conferência de imprensa desta quinta-feira, António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, avançou que a taxa de letalidade global da doença é de 3,9% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 14,1%. As pessoas em tratamento no domicílio representam 86,1% dos casos confirmados — a percentagem em internamento é de 3,9%, 0,7% desta nos cuidados intensivos e 3,2% em enfermarias.

Ainda segundo o boletim da DGS, há 3794 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 29.467 estão sob vigilância das autoridades de saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 1519 (mais 49 que no dia anterior). Uma pessoa é considerada “curada” depois dois testes negativos.

Das 989 vítimas mortais, 668 estavam acima dos 80 anos. O relatório dá ainda conta da morte de 225 pessoas que tinham entre 70 e 79 anos; 87 com idades entre os 60 e 69 anos, 29 pessoas entre os 50 e os 59 anos, e ainda dez pessoas entre os 40 e os 49 anos.

Dos 25.045 casos confirmados, 3918 foram detectados em cidadãos acima dos 80 anos, 2217 em pessoas entre os 70 e os 79 anos, 2919 em pessoas entre os 60 e os 69 anos, 4253 em cidadãos entre os 50 e os 59 anos, 4208 em pessoas entre os 40 e os 49 anos e 3488 casos em pessoas entre os 30 e os 39 anos. Há ainda a destacar os casos confirmados na faixa etária dos 20-29 anos (2892), nas pessoas entre os 10 e os 19 anos (748) e na faixa etária dos 0 e dos nove anos (402).

A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 15.090 pessoas infectadas e 566 óbitos. A segunda região mais afectada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 5815 casos confirmados e 119 vítimas mortais. A região Centro acumula 3389 casos confirmados e 198 mortes, ultrapassando assim a região de Lisboa e Vale do Tejo em número de mortes. O Alentejo regista, até ao momento, 207 casos confirmados e uma morte. A região do Algarve soma 331 casos confirmados e 13 mortes. Os Açores (127 casos e 12 mortes) e a Madeira (86 casos e zero mortes) são as regiões menos afectadas.

Lisboa voltou a ser o concelho com maior número de casos (1465), seguido de Vila Nova de Gaia (1374) e do Porto (1219). Outros concelhos que registam um elevado número de casos são Matosinhos (1127), Braga (1063), Gondomar (1000), Maia (863), Valongo (724), Sintra (586), Guimarães (583), Ovar (557), Coimbra (408), Santa Maria da Feira (396), Loures (386), Vila Nova de Famalicão (345), Santo Tirso (344), Cascais (332), Amadora (295) e Aveiro (273).

Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 85% dos casos confirmados.

Nesta quarta-feira, Portugal tinha registado um total de 973 mortes e 24.505 casos de infecção.

“A epidemia felizmente não está a crescer”

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19, que “a epidemia felizmente não está a crescer”. “Todos os dias temos casos, mas a curva, apesar de ter altos e baixos, se traçássemos uma linha, tem uma tendência decrescente”, notou.

Graça Freitas sublinhou que é necessário “haver um equilíbrio entre a dinâmica da epidemia e a dinâmica do desconfinamento” e que “mesmo desconfinando, temos que continuar a observar novas regras de prevenção e controlo da infecção”.

Neste sentido, a directora-geral da Saúde lembrou que é essencial haver uma “capacidade de monitorizar, medir e observar qual vai ser o impacto do desconfinamento”, tal como se fez quando as medidas de confinamento foram impostas. “Semana a semana, vamos ver que medidas de desconfinamento se tomaram, analisar os movimentos populacionais e o comportamento da população e ver qual o impacto dessa alteração social e económica nas curvas epidemiológicas e nos indicadores de saúde”, disse.

Já o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, sublinhou também que “o levantamento do estado de emergência obriga-nos ainda a estar mais alerta” e que é essencial manter cuidados como a etiqueta respiratória e a lavagem frequente das mãos.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) revelou que está a preparar uma norma específica para as creches — que vão abrir já a 18 de Maio, com o pré-escolar e os ATL a abrirem a 1 de Junho. “Estamos a planear uma norma específica para minimizar o risco com crianças tão pequenas, que têm que ser sempre vigiadas por adultos para obedecerem a regras mínimas de higiene”, disse a directora-geral da Saúde.

Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas revelou também que serão “dadas orientações sobretudo no sentido da utilização de máscaras certificadas” e que será lançada, em breve, uma campanha nacional sobre o uso correcto de máscaras, tendo apelado aos portugueses que “utilizem máscaras comunitárias que tenham sido submetidas a certificação” e sigam “as instruções dos fabricantes”.

"Abril foi um mês decisivo"

O secretário de Estado da Saúde lembrou que “Abril foi um mês decisivo na nossa resposta à pandemia e que Maio será “determinante”. António Lacerda Sales revelou ainda que “desde 1 de Março, foram realizados mais de 396 mil testes diagnóstico, 80% dos quais em Abril”.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, o stock nacional de testes de diagnóstico à covid-19 permanece acima de um milhão, depois de terem sido distribuídos 328 mil às administrações regionais de saúde.

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