Nos vende pacote de torres à Cellnex por 550 milhões

Operadora liderada por Miguel Almeida vendeu 2000 torres e rooftops à Cellnex num negócio com um valor potencial de 550 milhões de euros. No imediato, recebe 375 milhões.

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Sebastiao Almeidas

A Nos comunicou, esta terça-feira, ao mercado que fechou um acordo que tem por “objecto a transmissão à Cellnex das acções representativas da totalidade do capital social da Nos Towering S.A., compreendendo a venda de aproximadamente 2000 sites (torres e rooftops)”.

Esta venda “poderá ascender a 550 milhões de euros ao longo dos próximos seis anos, com um pagamento inicial de cerca de 375 milhões de euros”, enquanto que o “impacto esperado no cash flow operacional pro-forma da Nos no primeiro ano é de aproximadamente 22 milhões de euros”.

A Nos continuará a utilizar as infra-estruturas transaccionadas nesta operação através de um “acordo de longa duração que concerne a prestação, por parte da Cellnex, de serviços de hosting da rede activa da Nos nas infra-estruturas passivas adquiridas, pelo período de 15 anos renovável automaticamente por iguais períodos”.

O negócio tem ainda previsto o “aumento de perímetro de até 400 sites adicionais ao longo dos próximos seis anos”.

A operadora participada pela Sonae (dona do PÚBLICO) sublinha no comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que “este acordo permitirá à Nos continuar a optimizar e expandir a sua rede móvel de última geração, reforçando simultaneamente a sua capacidade de investimento na criação do valor de longo prazo para a empresa”.

Depois da venda – concluída em plena pandemia de covid-19 que está a congelar a actividade económica de forma generalizada – a Nos sublinha que “continuará a perseguir outras oportunidades de optimização da eficiência do seu investimento”.

Do lado da Cellnex, esta empresa de gestão de infra-estruturas de telecomunicações consolida a sua posição no sector europeu, onde já está perto de controlar cerca de 61 mil torres e rooftops. Em comunicado, revela que o parque tecnológico adquirido à Nos está 40% localizado em zonas urbanas e 60% em suburbanas e rurais em todo o país. 

“Tendo em conta as necessidades de investimento do mercado português em redes móveis, bem como o processo de densificação da rede, incluindo no âmbito rural para evitar o desequilíbrio digital territorial, o acordo prevê a ampliação do perímetro com até 400 novas infra-estruturas, incluindo um programa de construção de novas torres nos próximos seis anos”, explica a empresa espanhola. As acções da Cellnex abriram a sessão desta terça-feira a valorizar 2%, perto do seu máximo histórico de 49 euros, apresentando já uma subida de 18% desde o início do ano, na sequência da estratégia agressiva de expansão que tem desenvolvido em vários países europeus.  

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