Governo apela ao consumo de produtos locais, especialmente de frutas e legumes

A ministra da Agricultura diz que os hábitos de consumo estão a mudar e as pessoas compram menos produtos frescos, o que afecta os produtores locais e nacionais e apela aos portugueses para que façam compras em mercados.

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Frutas e legumes são dos produtos mais afectados pela sua validade mais curta Miguel Manso

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, apelou esta quarta-feira ao consumo de produtos locais e em mercados de proximidade, para apoiar os produtores portugueses neste tempo de combate à pandemia covid-19. O Governo lançou até uma campanha para reforçar este incentivo: “Alimente quem o alimenta”. O objectivo é sensibilizar os portugueses para a importância de consumir produtos nacionais e locais, para apoiar financeiramente os produtores em tempos de crise. 

Nestas últimas semanas, os portugueses já alteraram os seus padrões de consumo, especialmente no que diz respeito ao consumo de frutas e legumes (o sector agrícola mais afectado). “Os hotéis e restaurantes estão fechados e as pessoas vão cada vez menos às compras e quando vão compram produtos com uma validade maior”, explica, “por isso, as frutas, legumes, os queijos, as carnes como vitela, leitão e cabrito (pensadas para a Páscoa)” têm saído da lista de compras dos portugueses, o que está a ter efeitos económicos no sector.

O mesmo tem acontecido com a venda de flores, agora mais condicionada também devido às restrições impostas na realização de funerais.

Em entrevista à SIC via Skype, a ministra explicou que foram paralelamente criados mecanismos de apoio para as empresas agrícolas, para que não tivessem problemas de liquidez, nomeadamente através da agilização de pagamentos por parte do Ministério da Agricultura. A ministra disse ainda que existem apoios que ainda estão a ser desenhados com a União Europeia.

A ministra fez também um apelo às autarquias, para que apoiem a abertura e realização dos mercados locais. Maria do Céu Albuquerque destacou ainda que existe um financiamento para apoiar a entrega de cabazes ao domicílio, para aqueles que não se podem deslocar aos pontos de venda. “Estamos a criar uma plataforma que vai congregar todas as plataformas que existem e queiram aderir a esta iniciativa”, disse ainda.

Esta semana, a Direcção-geral da Saúde partilhou um conjunto de receitas com enlatados no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), e pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS).

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