Covid-19: há 100 agentes infectados, mas Governo diz que não afectará operação Páscoa

O ministro da Administração Interna afirmou esta segunda-feira, em entrevista à Renascença, que existem aproximadamente 100 agentes infectados com coronavírus. Mas garante que a fiscalização na Páscoa não será prejudicada.

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Operação Páscoa contará com 35 mil efectivos LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA

Segundo dados do Governo, existem pelo menos 100 agentes de segurança da PSP e da GNR infectados com o novo coronavírus. Para conter ao máximo a propagação deste vírus, os militares e agentes que estiveram em contacto com os agentes infectados serão colocados em isolamento, o que irá reduzir o número de efectivos em aproximadamente outros 500 agentes, explicou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esta manhã de segunda-feira, em entrevista à rádio Renascença. Contas feitas, serão menos de 600 efectivos no terreno. Mas o governante garantiu que isso não irá colocar em risco a operacionalidade das forças de segurança, nem mesmo durante o período da Páscoa, durante o qual existirá um reforço de controlo e fiscalização às restrições de circulação. 

“Temos um sistema de prioridade em testes que permite rapidamente despistar os contactos desses agentes. Tal determinava a colocação em inoperacionalidade de 630 militares e agentes”, explicou o ministro da Administração Interna. Não obstante, o ministro assegura que isso não criará dificuldades operacionais e adiantou que estará disponível um dispositivo com mais de 35 mil agentes, entre PSP, GNR e SEF, para “garantir o mínimo de contacto e o máximo de operacionalidade” durante os dias de Páscoa. 

Recorde-se que entre a meia-noite de quinta-feira, a 9 de Abril, e até à meia-noite de segunda-feira, dia 13, a população deverá ao máximo evitar deslocações e será proibida a deslocação para fora do concelho de residência para diminuir o risco de propagação da covid-19.

Eduardo Cabrita falou também do cruzeiro Fantasia, um navio proveniente do Brasil que está ancorado no Porto de Lisboa e fala de “um prazo curto” para retirar os tripulantes que restam expatriar, depois de terem sido expatriados mais de 1300 passageiros. “Estamos em diálogo”, limitou-se a afirmar o governante. 

Autoridades impediram passagem de mil pessoas

O ministro disse ainda que existem nove pontos de fronteira autorizados. “Não tínhamos fronteiras quase há 40 anos com Espanha”, notou, antes de realçar que os pontos de passagem foram montados “em poucas horas”. “Nestes pontos, durante estes dias, 132 mil pessoas foram fiscalizadas, mais de mil foram impedidos de atravessar a fronteira”, contou.

Excluídos destas proibições de circulação estão os trabalhadores transfronteiriços e responsáveis pela circulação de mercadorias. “Queremos que as mercadorias circulem, é essencial para o funcionamento das áreas da economia que estão em acção. Queremos que os trabalhadores transfronteiriços continuem a fazer as suas actividades”, tranquilizou Eduardo Cabrita.

O ministro diz ainda que tem existido um “sentido de responsabilidade”. “As pessoas agradecem o incómodo e percebem que quem está ali também tem família e está ali a trabalhar pela segurança de todos”, anotou.

O ministro da Administração Interna falou ainda do caso da morte de um cidadão ucraniano, no Aeroporto de Lisboa, alegadamente provocada por inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e classificou-o de “inaceitável”. Eduardo Cabrita disse tratar-se de “uma vergonha para um país que é um exemplo de como bem tratar e bem acolher migrantes” e garantiu ainda que haverá “mudanças profundas” no funcionamento do SEF acerca de estrangeiros que não possam entrar em Portugal.

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