Covid-19: multidão destrói centro de combate ao coronavírus na Costa do Marfim por medo de contágio

O continente africano ultrapassou hoje os 9200 casos registados de infecção pelo novo coronavírus, que causou já mais de 410 mortes. Mais de 800 pessoas recuperaram da doença.

Abidjan
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Dezenas de pessoas destruíram durante a noite de domingo para segunda-feira um centro de combate à covid-19 que estava a ser instalado num bairro muito povoado da capital económica da Costa do Marfim, Abidjan, por receios de contágio, disseram as autoridades.

A multidão saqueou e queimou as máquinas que estavam a ser usadas na construção do edifício no bairro de Yopougon, que ia servir de centro de testes para detectar infecções pelo novo coronavírus, por considerar que a estrutura ficava muito próximo das habitações.

De acordo com os que promoveram a destruição, citados pela imprensa local, a proximidade do centro “é sinónimo de morte” para os habitantes deste bairro de Abidjan.

O presidente da câmara de Abidjan, Vicent Toh Bi, reuniu-se nesta segunda-feira com as comunidades para lhes pedir moderação e explicar as vantagens do projecto, assegurando que não se trata de um centro de tratamento de doentes de covid-19.

“Em que país é que o Governo vem contagiar as populações?”, questionou o prefeito, citado pelo portal Abidjan.net. “Este centro vai permitir-nos detectar os casos de contaminação e fornecer informação às populações sobre a pandemia”, acrescentou Toh Bi.

Yopougon é o bairro mais populoso dos dez que compõem Abidjan, e o centro, permitirá, segundo o autarca, aliviar a pressão sobre os hospitais e aproximar a população do pessoal médico.

As autoridades da Costa do Marfim pretendem igualmente reabilitar outros 23 centros distribuídos pelos vários bairros da cidade.

A Costa do Marfim confirmou o seu primeiro caso de covid-19 a 11 de Março e tem actualmente 216 infecções, três mortes e 37 pessoas curadas.

O continente africano ultrapassou hoje os 9200 casos de infecção registada pelo novo coronavírus, que causou já mais de 410 mortes. Mais de 800 pessoas recuperaram da doença.

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