Covid-19: OCDE considera “pertinente” emissão de “coronabonds” na UE

Economista chefe da OCDE diz que faz sentido a ideia de utilizar instrumentos comuns capazes de financiar os gastos de saúde relacionados com a pandemia.

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Falta de coordenação entre os líderes europeus na gestão da crise tem de ser corrigida, avisa Laurence Boone LUSA/OLIVIER HOSLET

A economista chefe da OCDE, Laurence Boone, considerou nesta segunda-feira que é “pertinente” a emissão de dívida comum na zona euro alertando que falta coordenação entre os planos dos vários Estados-membros que estão a agir de forma unilateral. 

Em entrevista à publicação francesa Les Echos, Boone explica que “é pertinente a ideia sobre instrumentos comuns capazes de financiar - de forma solidária - os gastos de saúde ou relacionados com a gestão por causa do coronavírus”.

Trata-se de um mecanismo “importante porque na União Europeia fazem-se poucas transferências numa altura em que o vírus afecta todos sendo que os países não têm todos os mesmos meios de enfrentar” o problema, assinalou a responsável da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200.

Dos casos de infecção, pelo menos 137.900 são considerados curados.

Para Laurence Boone, os países da União Europeia podem vir a utilizar o mecanismo sobretudo porque o Banco Central Europeu (BCE) já “cumpriu a sua parte” oferecendo condições de financiamento o que, afirmou, “tranquilizou” os mercados permitindo absorver as novas emissões de dívida que se prevêem. 

A economista francesa sublinha que a disparidade entre os planos apresentados pelos vários países europeus faz com que seja complicado fazer uma avaliação. 

“Outro exemplo da falta de coordenação na Europa relaciona-se com as ideias sobre as paralisações laborais (a tempo parcial) mas ninguém o está a fazer da mesma forma fazendo com as empresas estejam a tomar medidas diferentes nos vários países”, acrescentou. 

Em termos gerais, Boone insiste que a “evidente falta de coordenação na gestão da crise” tem de ser corrigida. 

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