Coronavírus: Bósnia-Herzegovina quer migrantes em tendas rodeadas por arame farpado

O ministro da Segurança do país diz que a medida serve para conter a propagação da doença covid-19.

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Centro de testes na capital, Sarajevo LUSA/FEHIM DEMIR

O ministro da Segurança da Bósnia-Herzegovina, Fahrudin Radoncic, autorizou o uso da força para impedir a passagem de migrantes e refugiados pelo país em direcção à Europa Ocidental, uma medida que diz ser necessária para conter a propagação do novo coronavírus.

“Devemos adoptar uma atitude rigorosa em relação aos migrantes, construir urgentemente acampamentos com tendas e arame farpado”, disse Fahrudin Radoncic, citado pela agência AFP, acrescentando que “a polícia deve mantê-los e impossibilitar os seus movimentos”.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, a Bósnia-Herzegovina tem pelo menos 5500 migrantes e refugiados em centros construídos no país.

Outras centenas de pessoas estão a tentar atravessar a Bósnia-Herzegovina em direcção à Europa Ocidental, utilizando as ruínas de antigas fábricas e habitações para se albergarem.

O ministro da Segurança do país disse que esta é uma “crise de segurança” e também a “maior fonte de propagação” de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. “É preciso forçá-los fisicamente a ficar lá [nos centros de acolhimento]”, disse Fahrudin Radoncic.

O Partido de Acção Democrática –​ a maior força política da Bósnia-Herzegovina – disse que o confinamento de migrantes “vai preservar a saúde dos habitantes e também dos próprios migrantes”.

A Bósnia Herzegovina declaro estado de emergência por causa do novo coronavírus há dois dias.

As autoridades bósnias desmantelaram recentemente um campo improvisado por migrantes perto da cidade de Tuzla, transportando cerca de 500 pessoas para um centro de acolhimento perto de Sarajevo, capital do país.

Até esta quinta-feira, a Bósnia-Herzegovina registou 39 casos de covid-19.

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