Reabilitação do Rio Cértima é “a concretização de um sonho”

Autarquias de Águeda e Oliveira do Bairro uniram-se para levar a empreitada por diante e o Fundo Ambiental financia a obra. Um modelo a repetir, segundo o ministro.

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O derradeiro alerta foi lançado em Julho do ano passado, com o aparecimento de centenas de peixes mortos ao longo do Rio Cértima. Era preciso intervir no curso de água que atravessa os municípios da Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro e Águeda, e com urgência. Das palavras aos actos, não levou muito tempo e as imagens do antes e do depois aí estão para o demonstrar. “A concretização de um sonho”, realçou o presidente da câmara de Águeda, Jorge Almeida, autarquia que uniu esforços ao município vizinho de Oliveira do Bairro para levar a obra por diante, com o financiamento do Fundo Ambiental (195 mil euros). A intervenção de reabilitação e valorização ecológica do Rio Cértima estende-se ao longo de quase 10 quilómetros e foi visitada, esta segunda-feira, pelo ministro do Ambiente.

Matos Fernandes – que é natural de Águeda e, como tal, tem no Cértima o rio da sua “aldeia” - destacou a celeridade conseguida neste processo, reconhecendo que o “sucesso” fica a dever-se à conjugação de “um triângulo” de factores. Começando, desde logo, pela “existência, disponibilidade e facilidade de gestão do Fundo Ambiental”. A este factor somou-se também, no entender do ministro, a atenção que as autarquias dão agora às questões ambientais. “Os rios deixaram de ser as traseiras e passaram a ser o frontispício”, destacou. Por último, Matos Fernandes apontou o facto de o ministério do Ambiente e as autarquias, “cada vez mais, deixarem-se dessa chatice que é andarem a discutir de quem é a responsabilidade”.

A experiência que está a ser conseguida no Rio Cértima, pondo “quem mais está perto dos problemas, desde que devidamente enquadrado do ponto de vista técnico, a fazer as obras” é algo a replicar no futuro. “É óbvio que as autarquias fazem isto melhor do que aquilo que eu faço”, avaliou, a partir da intervenção assumida por Águeda e Oliveira do Bairro no rio Cértima. Uma artéria fluvial estruturante dos ecossistemas ribeirinhos da zona, da própria lagoa da Pateira de Fermentelos e da paisagem, e que foi vítima de vários episódios de contaminação, aliados à existência de problemas de obstrução do canal principal, de sedimentação e à diminuição do caudal da linha de água por captações agrícolas.

A intervenção em curso – e que envolveu o corte, limpeza e conservação da vegetação autóctone, a contenção de espécies invasoras, a consolidação e renaturalização das margens e a melhoria de habitats ripícolas, bem como o reperfilamento do leito - tem recorrido a soluções técnicas de engenharia natural, sendo também de destacar a promoção de algumas acções de sensibilização e informação. A população tem sido chamada a participar neste processo, com especial destaque para o movimento SOS Cértima, que “começou por ser um movimento contestatário e hoje está apostado em preservar tudo o que aqui foi feito”, realçou, por seu turno, o presidente da autarquia aguedense.

A reabilitação do Cértima representa apenas uma pequena parte do investimento que o governo tem em curso na rede hidrográfica do país. “São 10 quilómetros de mil que estamos a fazer pelo país fora, depois dos incêndios de 2017. Começámos por intervir nos 64 concelhos atingidos, reabilitando toda a rede hidrográfica, que é também uma excelente linha corta-fogo”, realçou Matos Fernandes.

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