Morreu James Lipton, o carismático entrevistador de estrelas de Hollywood

O apresentador do programa Inside The Actors Studio morreu com 93 anos. As suas conversas com actores, realizadores ou guionistas chegaram a mais de 125 países ao longo de décadas.

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Lipton, fotografado em 2008 PAUL BUCK/EPA

O apresentador do programa Inside The Actors Studio, James Lipton, morreu na manhã de segunda-feira aos 93 anos. O veterano das entrevistas às maiores estrelas de Hollywood que ajudava a contar histórias sobre os bastidores da arte da actuação sofria de cancro da bexiga.

A notícia foi confirmada ao jornal New York Times pela mulher de Litpon, Kedakai Mercedes Lipton, que detalhou que o apresentador — que também trabalhou como actor — morreu em sua casa em Nova Iorque.

O programa Inside The Actors Studio chegou a ser transmitido em Portugal no entretanto desaparecido Biography Channel e está no ar desde 1994. Faz parte do currículo da conceituada escola de formação Actors Studio e a entrevista que ia para o ar era uma versão condensada de um módulo de cerca de quatro horas com nomes como Lauren Bacall, Francis Ford Coppola, Jane Fonda, Harrison Ford ou Robert De Niro, entre centenas de outros.

Inside The Actors Studio foi conduzido por Lipton até 2018, tendo passado para as mãos de outros apresentadores após a sua saída.

Lipton teve uma curta carreira como actor a partir dos anos 1950, foi guionista de novelas (onde também actuou), assinou alguns livros e recentemente voltaria ao trabalho de actuação como actor na série Arrested Development, por exemplo. Nos anos 1990 aproximou-se da casa do chamado “método” de actuação e acabaria por criar a aula com o mesmo nome que o seu programa de televisão (nos EUA era um título do canal Bravo da cadeia Ovation) e que na sua versão televisiva chegaria a mais de 125 países.

A aula não contava para as notas mas além das perguntas do enfático e algo teatral Lipton — sempre alvo de críticas ou sarcasmo pelo seu estilo — era feita das questões dos alunos para os argumentistas, realizadores ou actores da indústria.

Essa espécie de seminário torná-lo-ia famoso, dar-lhe-ia um Emmy e transformou o homem nascido em Detroit em 1926 numa estrela peculiar da televisão americana. “Este programa não era sobre mexericos”, lembrou ao Los Angeles Times, minorando o seu próprio papel perante o das estrelas com as quais contracenava. “Nunca consegui algo de verdadeiramente excepcional em comparação com o que outros fizeram.”

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