Valor médio do crédito à habitação sobe para o nível mais alto desde 2014

Em sentido contrário, taxa de juro implícita na totalidade dos contratos recuou uma vez mais, situando-se em 1%

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Gregorio Cunha

O crédito médio em dívida na totalidade dos créditos à habitação ascendeu, em Janeiro passado, a 53.608 euros, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta terça-feira. São mais 148 euros do que um mês antes (53.460 euros em Dezembro de 2019) e mais 1104 euros do que um ano antes (52.504 euros em Janeiro de 2019).

De acordo com a série disponibilizada pelo INE, o valor médio total de 53.608 euros é o mais elevado desde meados de 2014. É preciso recuar até Junho de 2014 para encontrar uma média superior (incluindo regime geral e bonificado), na altura de 53.630 euros.

Os números totais compreendem aquisição, construção e reabilitação de habitação. Mas se for isolada a aquisição de habitação para o financiamento solicitado à banca – “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação”, conforme recorda o INE -, a trajectória é a mesma, só mais acentuada: o valor médio de capital em dívida atingiu 60.463 euros em Janeiro de 2020. São mais 176 euros do que no mês anterior (60.287 euros em Dezembro de 2019) e mais 1174 euros do que um ano antes (59.289 euros em Janeiro de 2020).

Neste caso, o recuo tem que ser feito até Fevereiro 2014 para se encontrar um valor mais elevado, de 60.609 euros de montante médio de capital em dívida.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses para crédito à habitação, o capital médio em dívida foi de 105.127 euros (mais 2189 euros do que no mês antecedente, Dezembro de 2019) e mais 6892 euros do que em Janeiro de 2019, um ano antes, quando atingira um valor médio de 98.235 euros.  

No caso específico dos contratos formalizados nos últimos três meses para aquisição de habitação, o valor médio do capital em dívida passou de 106.545 euros em Janeiro de 2019 para 111.429 euros em Janeiro de 2020 (mais 4884 euros).

Taxas de juro de 1%

A curva ascendente é inversamente proporcional aos juros implícitos no crédito à habitação. Se o valor total recuou de 1,011% para 1% entre Janeiro de 2020, ele era de 1,054% um ano antes.

Isolando o crédito para aquisição de habitação, a taxa passou de 1,075% em Janeiro de 2019, para 1,032% em Dezembro do mesmo ano, e para 1,022% em Janeiro passado. Nos contratos formalizados nos últimos três meses, a taxa de juro implícita nos créditos à aquisição de habitação foi de 1,081% em Janeiro último, contra 1,038% em Dezembro e 1,255% em Janeiro de 2019.

Em resumo, a prestação média mensal nos contratos ao crédito à habitação no total dos créditos à habitação (aquisição, construção e reabilitação) recuou um euro, para 247 euros, entre Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020. Um ano antes, tinha ficado nos 244 euros.

No caso específico do crédito para aquisição de habitação em contratos realizados nos últimos três meses, a prestação mensal foi de 361 euros, face a 398 euros um mês antes e de 335 euros em Janeiro de 2019.

Comparando com as duas datas em que o capital médio em dívida estava em patamares semelhantes, a diferenças residem na composição da prestação mensal. Assim, no caso da prestação média para o total dos créditos à aquisição de habitação de 247 euros em Janeiro de 2020, para uma taxa média de juros de 1,02%, 202 euros era capital amortizado e 74 euros eram juros totais.

Em Fevereiro de 2014, os 267 euros então pagos de prestação mensal eram compostos 193 euros de amortização de capital e 74 euros de juros totais. Na altura, o juro médio implícito nos juros à habitação era de 1,51%.

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