Teatro Maria Matos reabre em Abril

Câmara de Lisboa anunciou data a 13 de Fevereiro, mas só esta sexta-feira confirmou que a concessão do teatro municipal ficou com a empresa Força de Produção. Equipamento está fechado desde Julho de 2018.

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Teatro Municipal Maria Matos Nuno Oliveira

O Teatro Maria Matos vai reabrir em Abril, estando a apresentação da nova programação marcada para 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, anunciou esta quinta-feira a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

“Com a reabertura do Teatro Maria Matos, fica concluída a reorganização da rede municipal de teatros da cidade, que passa assim a ter uma oferta cultural mais abrangente e diversificada, em diversos locais da cidade e para vários tipos de público”, lê-se num comunicado da Divisão de Comunicação da autarquia de Lisboa, divulgado na quinta-feira. Esta sexta-feira, através da rede social Facebook, a CML especifica que o Maria Matos fica concessionado à empresa Força de Produção, que “venceu a consulta pública para o arrendamento do teatro”.

A decisão de concessionar o Maria Matos a privados foi anunciada em Dezembro de 2017, pela vereadora da Cultura da autarquia, Catarina Vaz Pinto, no âmbito do projecto de remodelação da rede de teatros municipais.

Em Julho de 2018, foi anunciado o resultado do concurso público, com a Força de Produção em primeiro lugar, mas dois meses depois a empresa municipal de gestão e animação de equipamentos culturais de Lisboa (EGEAC) revelou ter recebido uma reclamação da produtora de teatro Yellow Star Company sobre o resultado, tendo a concessão ficado em suspenso desde então. Foi a retirada da acção interposta por esta empresa contra a EGEAC que possibilitou o anúncio da reabertura do teatro.

A desistência da acção judicial por parte da Yellow Star Company foi esta sexta-feira confirmada à Lusa pelo seu responsável, Paulo Sousa Costa. A acção no Tribunal Administrativo de Lisboa foi “retirada há duas ou três semanas”, disse Paulo Sousa Costa. “Nós nunca quisemos fechar o Teatro Maria Matos, antes pelo contrário, oferecemo-nos para o abrir”, acrescentou o produtor, sublinhando que a empresa que dirige decidiu retirar a acção, porque, ao nível da Justiça, “as coisas nunca têm a celeridade que gostávamos que tivessem”.

O responsável pela Yellow Star Company, que ficou em segundo lugar no concurso para a concessão do teatro, acrescentou ter sido informado pelo advogado de que “a perspectiva que havia para este processo [no tribunal] era de, pelo menos, mais dois anos, o que ia fazer com que o teatro ficasse fechado durante quatro anos”. “Achámos que isso não era bom, e abdicámos do nosso direito àquilo em que acreditamos”, acrescentou Paulo Sousa Costa, mostrando-se convicto de a razão lhe assistir no processo judicial que apresentou contra a EGEAC.

“Em prol do teatro e da cidade abdicámos de continuar a lutar”, disse ainda o produtor, considerando, no entanto, que a comunicação feita na quinta-feira pela CML está errada. “Não houve decisão [do tribunal], nem ia haver tão cedo”, pelo que “não foi a Força de Produção que venceu o concurso”. “A vida dá muitas voltas e achámos que prender o teatro por mais dois anos não seria correcto”, conclui o produtor.

Notícia actualizada com as declarações do produtor da Yellow Star Company.

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