Ministério Público investiga suspeitas de maus-tratos em unidade pediátrica de Matosinhos

A abertura de inquérito, que está em segredo de justiça, tem como base denúncias que remontam a Novembro do ano passado.

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A Kastelo nasceu em 2016, para apoiar crianças com doenças crónicas Paulo Pimenta/ARQUIVO

O Ministério Público está a investigar denúncias de negligência e maus-tratos na unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos Kastelo, em Matosinhos, num processo ainda em segredo de justiça, indicou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Confirma-se a existência de um inquérito, o qual se encontra em investigação e sujeito a segredo de justiça”, refere a PGR, em resposta escrita a um pedido de esclarecimento da agência Lusa.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) indicou à Lusa que, entre os dias 15, 18 e 29 de Novembro, e 2, 4 e 11 de Dezembro, recebeu “diversas denúncias e reclamações” sobre “irregularidades” no Kastelo, sob exploração da Associação NoMeiodoNada.

Em esclarecimento prestado já em 14 de Janeiro deste ano, a ERS informou que as “denúncias e reclamações” sobre “irregularidades” no Kastelo levaram a uma inspecção e à emissão de um “projecto de deliberação” para suspender o funcionamento daquela unidade de cuidados pediátricos.

Mas, advertiu, “um projecto de deliberação não produz efeitos imediatos e não é passível de, por si, provocar alterações na actividade que seja desenvolvida no estabelecimento visado pelo projecto”.

Um dia depois, em 15 de Janeiro, a Operação Nariz Vermelho assumiu ter apresentado queixa no Ministério Público contra a Associação NoMeioDoNada por suspeita de negligência e maus-tratos na Casa do Kastelo “após tomada de conhecimento de alegadas situações que caso sejam comprovadas são inaceitáveis”.

A direcção da unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos Kastelo, garantiu, por seu lado, ter sido a própria a solicitar à Administração Regional de Saúde a realização de uma “acção inspectiva”, após denúncias anónimas.

Repudiando “veementemente” as afirmações e “graves acusações” da Operação Nariz Vermelho, a direcção do Kastelo assume já ter dado “seguimento legal” à questão.

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