Autarquias do Grande Porto ainda não discutiram destino a dar a 800 milhões para transportes

Área Metropolitana vai munir-se dos estudos disponíveis para debater e propor ao Governo prioridades de investimento em metro e em linhas de autocarro dedicadas, o chamado metrobus.

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AMP vai propor ao Governo os novos investimentos a fazer no metro Paulo Pimenta

A “culpa” é do Ministro do Ambiente e do tom “descontraído” com que aborda algumas questões, “mesmo em momentos solenes”, nota o autarca Eduardo Vítor Rodrigues. Depois de terem ouvido João Pedro Matos Fernandes dizer, na sessão de assinatura do contrato de aquisição de novos veículos para o Metro do Porto, que estava à espera de um telefonema da Área Metropolitana com sugestões para o destino a dar a 800 milhões de euros que o Governo pretende investir em transporte pesado na região, o autarca de Valongo questionou o presidente da AMP. Preocupado por não ter sido chamado para nenhuma discussão, o socialista ouviu de outro socialista, Eduardo Vítor, que a discussão ainda está para ser feita.

A AMP pediu à Metro do Porto os estudos existentes sobre novas linhas – incluindo uma segunda proposta para a linha Campanhã-São Cosme, proposta pela Câmara de Gondomar. E espera receber na próxima semana um estudo encomendado ao especialista Álvaro Costa, sobre novas ligações ferroviárias, que darão suporte técnico a propostas da região inscritas no Programa Nacional de investimentos 2030. Mas, para além deste, Eduardo Vítor Rodrigues explicou aos restantes autarcas que o Ministério do Ambiente pretende alocar 800 milhões do Fundo Ambiental para mobilidade urbana de grande capacidade – metro e metrobus – e sobre isso a AMP vai ter de chegar a um acordo sobre as intervenções a candidatar.

Esse trabalho de análise e selecção de propostas não está feito, e não será pacífico. Na região há quem, como a Trofa, reclame o direito histórico a ver reposta, agora em metro, a ligação ferroviária à Maia e ao Porto que perdeu. E há quem, como Eduardo Vítor Rodrigues, alerte que os investimentos a fazer têm de ser sustentáveis, do ponto de vista da operação. O metro “não é um elemento de decoração urbana”, dizia aos jornalistas, após a reunião desta sexta-feira da área metropolitana, acrescentando que as opções de investimento têm de estar suportadas em estudos de procura. Sob pena, notou, “de um dia termos de fechar serviços por não termos como arcar com os prejuízos”.

Eduardo Vítor Rodrigues, que vai testar em Gaia uma linha de metrobus (autocarro duplo, em via dedicada, com grande frequência e velocidade de circulação), insistiu nas vantagens deste modo de transporte que, com menores custos de infra-estrutura, de material circulante, e de operação, pode ser, insistiu, uma boa alternativa. Gaia terá esse serviço a arrancar antes deste apoio do Governo estar disponível, e Eduardo Vítor Rodrigues espero que isso ajude a mostrar aos seus homólogos da AMP que ele é uma alternativa válida ao metro, que é desejado por várias autarquias.

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