Imigrante português nos EUA queixa-se de roubo de “raspadinha” de 4 milhões de dólares

O queixoso entregou uma “raspadinha” no valor de quatro milhões de dólares a uma intermediária, pensando tratar-se de um prémio de “apenas” quatro mil dólares.

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Por falta de conhecimentos da língua, João Luís DaPonte interpretou o prémio de “$4MIL” como milhares e não milhões EPA/SHAHZAIB AKBER

Um português imigrante em New Bedford, Estados Unidos, queixa-se em tribunal de ser vítima de um “esquema de roubo” de duas mulheres, relativo a uma “raspadinha” vencedora de quatro milhões de dólares (3,6 milhões de euros).

A queixa, feita por João Luís DaPonte no Tribunal Superior de Bristol, relata que foi em 23 de Novembro que raspou o bilhete vencedor, da lotaria do estado de Massachusetts, que escrevia um valor de “$4MIL”, uma abreviatura para quatro milhões de dólares em inglês, mas, por falta de conhecimentos da língua, acreditou que se tratava de quatro mil.

Segundo jornais locais, DaPonte pediu a Maria Oliveira, habitante de New Bedford, para levar a “raspadinha” e levantar o dinheiro, acreditando que a mulher prestava este tipo de serviço a outros vencedores, a custo de uma percentagem. Maria Oliveira terá dado apenas 3800 dólares em vez dos quatro milhões ao imigrante. Segundo a queixa, Maria Oliveira terá entregado a “raspadinha” à patroa da padaria onde trabalha, Susana Gaspar, e as duas “montaram um esquema” para defraudar DaPonte.

Na versão da queixa, Susana Gaspar fez-se passar por vencedora na Comissão da Lotaria, onde assinou e recebeu o dinheiro e foi dada nos jornais locais como a segunda pessoa a ganhar a lotaria do estado de Massachusetts. A acusada Susana Gaspar terá escolhido a opção de pagamento a pronto, que equivaliam a 2,6 milhões de dólares, antes de impostos.

Quando se apresentou em tribunal, Maria Oliveira rejeitou todas as acusações e declarou que não recebeu a raspadinha do queixoso e “nunca recebeu dinheiro para levantar bilhetes de lotaria para ninguém”, acrescentando que nunca entregou dinheiro a DaPonte.

Um jornal norte-americano escreve que João Luís DaPonte soube em 10 de Dezembro que uma mulher tinha ganhado uma “raspadinha” de quatro milhões comprada no mesmo café e ficou “muito surpreendido” que o prémio tenha saído logo após ele ter vencido uma “raspadinha” de quatro mil dólares. O homem apercebeu-se de que tinha sido vítima de um esquema quando mostrou uma fotografia da “raspadinha” a um amigo e este lhe disse que “$4MIL” significam quatro milhões.

O advogado que representa as duas acusadas, Walter Faria, declarou numa entrevista que duvida de todas as acusações apresentadas na queixa e disse que Maria Oliveira comprou o bilhete para Susana Gaspar, que assinou a “raspadinha”. O advogado achou difícil acreditar em algumas das reivindicações de DaPonte e acrescentou que o homem e Maria Oliveira não se conhecem.

“Por que havia de entregar uma ‘raspadinha’ vencedora a uma estranha?”, questionou o advogado, acrescentando que “é difícil imaginar que outra pessoa (um membro da família ou um amigo) não tenha reconhecido que eram quatro milhões e não quatro mil”.

O caso está a ser investigado e ainda não há data marcada para uma audiência.

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