A polícia está para certos cidadãos como o Outono para as folhas caducas – há uma tendência natural para caírem à sua aproximação. A polícia portuguesa nunca espanca ilegalmente ninguém. São os cidadãos que baqueiam, derrocam, desabam, despencam, esbarrondam-se, esborracham-se, estampam-se, estatelam-se, fenecem, fraquejam, tombam, tropeçam ou tropicam. A última cidadã a escorregar na presença de agentes policiais – os bombeiros da Amadora, que acorreram à esquadra da Venda Nova, garantem ter sido chamados por causa de “uma queda” – chama-se Cláudia Simões, tem nacionalidade portuguesa e angolana, e a cara inchada de hematomas porque umas vezes o chão bateu-lhe no lábio, outras vezes no sobrolho, outras ainda no nariz.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: