Bairrada empenhada na criação de um centro de investigação de espumantes

Intenção foi expressa na celebração do 40.º aniversário da região demarcada, que é responsável por cerca de 50% da produção nacional de espumante.

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A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, brinda com o presidente da Região Vitiviní­cola da Bairrada, Pedro Soares LUSA/PAULO NOVAIS

A reivindicação já não é nova, mas, desta vez, acabou por ser manifestada em duplicado. Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), e Teresa Cardoso, presidente da câmara municipal de Anadia, falaram a uma só voz, no que toca a reivindicar a construção de um centro de investigação de espumantes na Bairrada. Um desejo expresso em dia de aniversário – esta terça-feira, celebraram-se os 40 anos daquela região demarcada -, perante quem tem poder de decisão: Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura, recebeu e registou o pedido.

A proposta passa por instalar o futuro centro nas antigas instalações da CVB e concentrar esforços para aproveitar o crescimento do mercado mundial de espumantes, que vale quase cinco mil milhões de euros. Um subsector no qual a região demarcada da Bairrada reclama méritos de liderança. É responsável por “mais de 50 % da produção nacional” de espumantes, encaminhando uma parte cada vez maior para exportação, segundo fez questão de destacar Pedro Soares.

Também a líder do município que tem vindo a afirmar-se como “capital do espumante” aproveitou o seu discurso para surgir em defesa do crescimento que a região demarcada tem vindo a registar. “A Bairrada tem sido uma região activa e dinâmica”, vincou, atribuindo grande parte desse mérito aos produtores locais – a região tem actualmente cerca de 2.400 produtores.

A rematar a intervenção proferida na celebração do 40.º aniversário da região, Teresa Cardoso fez questão de manifestar a “disponibilidade do município de Anadia” para acolher o futuro centro de investigação nacional do espumante. Um cenário que parece ir ao encontro dos planos da tutela, uma vez que a estratégia passa por “ter um conjunto de centros de investigação”, revitalizando equipamentos que existem, muitos deles devolutos e abandonados, e em parceria com entidades regionais. “Queremos que voltem a estar ao serviço das comunidades locais para alavancar o território”, sublinhou.

Foi a 28 de Dezembro de 1979 que foi publicada a portaria que demarcou a região vitivinícola da Bairrada, num território que se estende por oito municípios da região Centro: Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos. Nos últimos anos, tem vindo conquistar cada vez mais notoriedade, num caminho para o qual tem contribuído, também, o enoturismo.

No ano passado, a região produziu mais de 21 milhões de litros de vinhos, espumantes e tranquilos, registando uma quebra de 15 por cento na produção de brancos e de cinco por cento na produção de tintos. “A baixa de produção foi compensada pela qualidade. 2019 foi um ano de bons vinhos”, assegurou Pedro Soares. A Bairrada tem actualmente cerca de 6.400 hectares de vinha e, segundo garantiu o presidente da CVB, o número de pessoas ligadas à cultura do vinho e da vinha na região é “substancialmente” maior.

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