Mercedes quer que eléctricos e híbridos sejam um terço das vendas em 2020

É o início de uma era “electrizante” tanto na Mercedes-Benz, cuja meta é a neutralidade carbónica em 2039, como na Smart que, a partir de agora, já só comercializa veículos eléctricos.

Foto
LUSA/FRANZISKA KRAUFMANN

As marcas Mercedes-Benz e Smart, do grupo Daimler, realizaram, num stand a inaugurar em Cascais, a sua conferência anual de apresentação de resultados económicos e projectos para o futuro. Para a Mercedes-Benz, 2020 é considerado um ano de transição rumo à electrificação das suas viaturas, apontando 2039 como a meta para atingir a neutralidade de emissões em todos os veículos da marca. Já a Smart abandona os motores de combustão, passando a vender modelos 100% eléctricos.

Em 2020, a Mercedes-Benz Portugal prevê que um terço dos veículos que vender sejam híbridos plug-in (com autonomia de 70 quilómetros em modo eléctrico) ou 100% eléctricos. No mercado português, com 16.561 unidades comercializadas, um aumento de 0,6% face a 2018 (em contraste com a quebra de 2% no total de vendas de veículos em 2019), o fabricante alemão obteve uma quota de mercado de 7,4%, mantendo o terceiro lugar atingido em 2018, atrás da Renault e Peugeot e à frente de marcas como Fiat, Citroën, BMW ou Volkswagen. Objectivo para 2020: consolidar a posição. Mas como apenas 7,5% dos Mercedes-Benz comercializados em 2019 foram híbridos plug-in ou 100% eléctricos, uma fatia de um terço de unidades híbridas plug-in ou eléctricas é uma meta ambiciosa. A isto os responsáveis da marca contrapõem o facto de este ano virem a ser lançados novos modelos, que irão perfazer um total de quatro modelos 100% eléctricos e 20 híbridos plug-in, com destaque para os classe A eléctrico e plug-in gasolina/electricidade. Até agora, no catálogo só constavam o EQC 400 Matic eléctrico e modelos classe E e S híbridos diesel/eléctricos, sendo que estes últimos já constituem mais de 80% dos S e E vendidos.

Já o abandono pela Smart dos modelos com motor a gasolina - 90% das 4072 unidades vendidas em 2019 - também é uma aposta arrojada. É verdade que os Smart são citadinos por excelência e 150 quilómetros de autonomia serão suficientes na grande maioria dos casos, mas o preço de entrada de 22.845 euros para o coupé torna esta meta mais exigente. Embora os benefícios fiscais e bónus de aquisição amenizem o custo final, os responsáveis da Smart esperam no imediato uma quebra nas vendas, apesar de esperar que este passo atrás possa ser compensado no futuro.

O stand onde decorreu a apresentação será inaugurado em Fevereiro. Este novo espaço obedece ao conceito Mar 20-20, de âmbito europeu, para melhorar a interacção com os clientes das Mercedes-Benz e Smart, tanto a nível digital como físico. É o primeiro de 21 a criar num período de dois anos em Portugal, num investimento total de 40 milhões.

Sugerir correcção
Comentar