Ministério Público investiga morte de menina após alta na urgência da CUF

Após ter regressado a casa, criança foi transportada para o Hospital Garcia de Orta, onde morreu horas depois. Autópsia será realizada para apurar causa da morte.

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Menina morreu na sequência de uma paragem cardiorrespiratória Paulo Pimenta/ARQUIVO

O Ministério Público instaurou um inquérito-crime às circunstâncias da morte de uma menina de 12 anos que recebeu alta das urgências da Clínica CUF Almada horas antes, confirmou ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República (PGR). A morte ocorreu no dia 22 de Dezembro e, adianta a PGR, o Ministério Público decretou a realização da autópsia para apurar as causas da morte.

Alexandra Martinho, mãe de Leonor, relatou o caso no Facebook. Após ter recebido alta na CUF e regressado a casa no sábado, dia 21 de Dezembro, a mãe da criança chamou o INEM que transportou a filha para o Hospital Garcia de Orta. “Medi-lhe a temperatura, tinha 34,7º, estava a entrar em hipotermia. Quando a fui vestir tinha o corpo com manchas roxas. Chamei o INEM. Quando chegou ao Garcia de Orta, a Leonor ia hipotensa e com taquicardia”, escreve Alexandra.

Leonor foi sujeita a vários exames, entrando em paragem cardiorrespiratória enquanto se preparava para fazer uma TAC ao cérebro. Após uma tentativa de reanimação bem-sucedida, a menina acabaria por morrer na sequência de uma segunda paragem cardiorrespiratória. A CUF abriu um inquérito interno a este caso, aguardando pelo resultado da autópsia que poderá clarificar se os profissionais desta instituição têm alguma responsabilidade nesta morte.

O grupo José de Mello Saúde já tinha confirmado ao PÚBLICO que a médica em questão não será incluída, temporariamente, na escala de serviços clínicos da Clínica CUF Almada, “salvaguardando a competência e a experiência de mais de 27 anos que lhe é reconhecida”.

As queixas iniciais da menina surgiram no dia 17 de Dezembro. A criança tinha dito à mãe que tinha dado um “jeito às costas” ao colocar a mochila, desvalorizando o incidente. Na manhã de quarta-feira, dia 18, Alexandra Martinho decidiu ir à CUF de Almada. A pediatra receitou medicação para um problema muscular, depois das análises à urina não mostrarem valores irregulares.

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