Multidões invadem Bagdad na procissão fúnebre de Qassem Soleimani

O funeral do general morto por ordem de Trump começou no Iraque e vai prosseguir no Irão. Em Teerão, a cerimónia vai ser presidida pelo Líder Supremo Khamenei (uma honra rara), que espera que esta morte una o país.

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A caravana fúnebre de Soleimani no centro de Bagdad Reuters/WISSM AL-OKILI
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A multidão chorou também a morte de Abu Mahdi al-Muhandis Reuters/THAIER AL-SUDANI
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Milhares de pessoas participam neste sábado em Bagdad na procissão fúnebre de Qassem Soleimani, o comandante que foi morto por um ataque aéreo dos Estados Unidos na quinta-feira na capital iraquiana.

Soleimani, um general de 62 anos, era o arquitecto das operações do Iraque no Médio Oriente, e o Governo do Irão prometeu “uma implacável vingança” pelo seu assassínio. O comandante das brigadas iraquianas Kataib Hezbollah, Abu Mahdi al-Muhandis, e seis outras pessoas também morreram no ataque realizado por um drone

Vestidos de preto e exibindo a bandeira da poderosa organização paramilitar Hashd al-Shaabi (Forças de Mobilização Popular, PMF, uma organização que junta várias milícias xiitas no Iraque), a multidão juntou-se em torno do santuário xiita de Kadhimiyya in Bagdad para prestar homenagem aos mortos. 

“Estamos aqui para chorar as mortes destes bravos combatentes, Soleimani e Muhandis”, o vice-comandante das Forças de Mobilização Popular, outro líder xiita morto no ataque norte-americano na madrugada de sexta-feira, disse Amjad Hamoud, de 34 anos, que disse ser membro das PMF. “Sacrificaram ambos as suas vidas pelo bem dos xiitas e pelo bem do Iraque”, acrescentou em declarações a esta estação de televisão. 

Muitos dos participantes na procissão tinham uniformes das milícias a que pertenciam, relata a Reuters.

A cantar “não, não Israel” e “não, não América”, a procissão fúnebre passou pela Zona Verde, onde estão os edifícios do Governo e as embaixadas, relata a Al-Jazeera. Quando o corpo de Soleimani chegou à multidão, relata a televisão pan-árabe, cantou-se “Nunca nos abandonaste”, referindo-se à Força Al-Quds, a unidade de elite da Guarda da Revolução que o general comandava.

Adel Abdul Mahdi, primeiro-ministro demissionário do Iraque, participou na procissão.

Segundo a jornalista Lyse Doucet, da BBC, o funeral do general morto por ordem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que começou no Iraque, vai ser um misto de cerimónia oficial com o lamento das ruas. A procissão vai seguir de carro para a cidade santa de Kerbala e terminar em Najaf, outra cidade santa, onde Muhandis e outras vítimas do ataque norte-americano serão enterrados.

O corpo de Soleimani vai ser levado ainda este sábado para outra cidade santa xiita, mas no Irão: Mashhad. Dali segue para a sua terra natal de Kerman e finalmente chegará a Teerão, onde a cerimónia será presidida pelo ayatollah Khamenei - uma honra rara.

Escreve Doucet": “O mais importante é elevar o seu martírio, atrair rivais que tinham inveja do seu estatuto, e iranianos que insultaram as suas aventuras no estrangeiro. Os líderes iranianos esperam que o seu assassínio una a nação que olha agora para um futuro mais incerto”.

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