Rio acredita que PSD estará em condições de governar em 2021 e omite presidenciais

Moção de estratégia global aponta recuperação do poder autárquico como um dos objectivos.

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Rui Rio LUSA/ESTELA SILVA

Rui Rio assume que o PSD “estará em condições reforçadas para governar Portugal” em 2021, caso cumpra a sua estratégia: oposição com “credibilidade” (e abertura a “compromissos"), reforço da “marca reformista” do partido e recuperação de poder autárquico. Na moção de estratégia global, divulgada esta tarde no site do PSD, o candidato a um novo mandato à frente do PSD não faz uma única referência às presidenciais de 2021.

Com 32 páginas, a moção de estratégia global com que Rio se candidata às directas de 11 de Janeiro aponta algumas das “linhas estratégicas” que o actual líder acredita poderem conduzir o partido novamente ao poder. Uma das mais relevantes é a recuperação do poder autárquico, que Rio regista estar em queda desde 2005. “É urgente inverter essa tendência, mas é também indispensável reconhecer que não se ganha em ano e meio o que se perdeu em década e meia. A recuperação terá de ser firme e sustentada com base numa estratégia meticulosamente delineada e com candidatos e programas que marquem a diferença face às restantes candidaturas”, lê-se na moção, sem detalhar objectivos eleitorais. Entre outras medidas de ordem interna, a estratégia passa por “estabelecer compromissos eleitorais com outras forças políticas, movimentos e grupos de cidadãos independentes”.

Outro dos pilares da recuperação do PSD é a de fazer uma oposição que reconquiste a “confiança” dos eleitores, o que pressupõe rejeitar a “política-espectáculo”, actuar com “transparência” e preservar a linha até agora defendida por Rui Rio: manter o interesse nacional acima do interesse partidário. “A prática do confronto partidário e dos combates ideológicos tem de dar lugar, sempre que esse interesse esteja em causa, à disponibilidade para encontrar soluções através do diálogo e do compromisso. Quando falamos de compromissos, não falamos necessariamente de consensos”, escreve.

Assumindo que a distinção do PSD face a outros partidos é a sua “marca reformista”, Rui Rio reconhece a co-existência de “sociais-democratas, conservadores e liberais, num mesmo partido”, porque partilharem “valores e de práticas políticas” que se identificam como "reformistas”. E essa resposta que o partido terá de dar perante a “degradação progressiva das instituições e serviços públicos”, defende, embora não seja explícito sobre essas reformas.

A estratégia passa ainda por “valorizar” o grupo parlamentar e por potenciar o trabalho do conselho estratégico nacional. “Se conseguirmos concretizar com sucesso as linhas estratégicas que acabámos de enunciar, poderemos assumir que a partir de 2021 o PSD estará em condições reforçadas para governar Portugal”, conclui o candidato.

Apesar de as presidenciais de 2021 se realizarem no tempo do mandato do próximo líder do PSD, Rui Rio nada diz sobre a sua posição, ao contrário dos outros dois candidatos. Luís Montenegro dá apoio “incondicional” a uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Miguel Pinto Luz põe condições para esse apoio.

No texto, o líder do PSD lembra que se mantêm válidas as propostas e as estratégias defendidas na sua moção de há dois anos e nos programas eleitorais para as últimas europeias e legislativas.

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