Cerca de dois milhões de portugueses vacinados contra a gripe

Actividade gripal está a aumentar, assim como a procura pelas urgências. Das chamadas que chegam ao SNS24 relacionadas com gripe, a um terço dos utentes são aconselhados autocuidados, a outro terço que se dirija ao centro de saúde e ao terço restante que se dirija a serviços de urgência.

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Adelaide Carneiro

A actividade gripal está a aumentar, mas para já o quadro é moderado. Segundo a directora-geral da Saúde, há duas explicações que contribuem para isso: a quantidade de portugueses vacinados e vírus predominante em circulação, que até ao momento tem sido o vírus B. A procura pelas urgências tem aumentado e tal como o PÚBLICO avançou esta quinta-feira, quase um terço das camas dos planos de contingência já foram activadas.

“Estamos em actividade epidémica. Começámos a subir [os casos de gripe], o que fez prever que o pico aconteceria última semana de Dezembro ou na primeira de Janeiro. Mas só sabemos que tivemos o pico quando começarmos a descer nos casos de gripe”, disse a directora-geral da saúde. Graça Freitas adiantou que “o Norte é tradicionalmente onde a actividade gripal se manifesta mais cedo, Centro também está com bastante gripe e o Sul também já tem alguma”. Mas não confirmou a existência de uma situação anormal no Algarve.

Segundo a responsável, “há um aumento de procura de urgências, no centro de contacto SNS24 e uma estabilidade de consultas nos cuidados de primários. Tudo dentro de um quadro moderado até à data”. Para este quadro moderado, existem duas explicações: “O vírus predominante a circular é o tipo B, o que indicia época gripal menos grave. A boa notícia é que entre o SNS e as farmácias vacinaram-se mais de dois milhões de portugueses.”

As temperaturas, que nos últimos dias também têm sido moderadas, também poderão contribuir para uma época gripal mais calma. Contudo, Graça Freitas alertou que o cenário pode mudar, caso fique mais frio ou por exemplo exista uma mutação do vírus para gripe para um subtipo que não esteja contemplado na vacina.

Quanto ao aumento da procura de cuidados, “está a ser bem adaptada pelos serviços”. “Estamos com a regra dos três terços nas chamadas registadas pelo SNS24: um terço é aconselhado ir às urgências, um terço aos cuidados de saúde primários e um terço é aconselhado a autocuidados.”

A responsável recusou a ideia de caos nas urgências, mas admitiu que possam existir situações pontuais de maior constrangimento em alguns hospitais. “Tem aumentado o número de pessoas a ir às urgências. Adoece-se mais no Inverno. Temos um índice de sobrecarga que não indica que algum hospital esteja no vermelho, mas há mais procura”, disse, referindo que por semana têm-se realizado 110 mil episódios de urgência.

A esta situação, os hospitais e os centros de saúde têm reagido com a activação dos seus planos de contingência. Quase um terço das camas extra já foram abertas e em todo o país há 110 centros de saúde com horários alargados. “É normal que a partir de determinada altura os hospitais comecem a abrir mais camas e a redireccionar doentes dentro do internamento, em função das necessidades”, explicou. Para já manter-se este cenário de gripe mais moderada, tudo indica que as cerca de 1200 camas adicionais serão suficientes para responder ao aumento da procura de casos de internamento.

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