Ataque a base militar no Níger faz mais de 70 mortos

O ataque ainda não foi reivindicado, mas vários grupos armadoos, como o Daesh e o Boko Haram, operam na região. Devido ao ataque, Macron adiou uma cimeira com os homólogos do G5 do Sahel, com arranque marcado para segunda-feira.

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Exército do Níger (fotografia de arquivo) Reuters/Aaron Ross

Pelo menos 73 soldados nigerinos morreram num ataque a uma base miliar em Inates, perto da fronteira com o Mali, na noite desta terça-feira. De acordo com os números do exército do Níger, pelo menos 12 soldados ficaram feridos naquela que foi a investida mais mortífera dos últimos anos.

O ministro da defesa nigerino, Issoufou Katambe, disse à BBC que houve “uma batalha feroz” e que “várias centenas” de atacantes entraram na base. Neste momento, “um grande número de terroristas” foi já “neutralizado”.

“O combate”, que durou três horas, foi “de uma rara violência que juntou fogo de artilharia e bombistas suicidas”, acrescentou o Ministério, em comunicado.

O ataque ainda não foi reivindicado, mas tanto o Daesh quanto o Boko Haram actuam naquela área. Não são os únicos e o G5 do Sahel – composto pelo Níger, Burkina Faso, Mali, Mauritânia e Chade – tentam, entre outras coisas, combater a ameaça das organizações jihadistas que operam na região.

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Ainda antes deste ataque, o Governo do Níger pediu uma extensão do estado de emergência por três meses. O país declarou estado de emergência há três anos, mas o exército ainda não conseguiu controlar a expansão de grupos armados.

Macron adia cimeira com países do Sahel devido a ataque

Este ataque aconteceu dias antes de uma cimeira entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes de cinco países da África Ocidental, prevista para a próxima segunda-feira. Depois do ataque, Macron anunciou que ia adiar para o início de 2020 a cimeira com os cinco homólogos do Mali, Burkina Faso, Níger, Chade e Mauritânia.

Emmanuel Macron e o homólogo do Níger, Mahamadou Issoufou, concordaram “em propor aos seus homólogos que adiem para o início de 2020 a realização da cimeira em França dedicada à Operação Barkhane [que conta com 4500 militares franceses no combate ao terrorismo islâmico na região do Sahel] e à força conjunta do G5 Sahel”, indicou.

No passado dia 4, após a cimeira da NATO, o Presidente francês convidara para Pau (cidade no sudoeste da França) os homólogos de cinco países do Sahel para exigir um apoio mais claro face ao crescente sentimento antifrancês.

“Devemos a muito curto prazo voltar a clarificar o âmbito e as condições políticas da nossa intervenção no Sahel com os cinco Estados membros do G5 Sahel”, disse então Macron.

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