E se lhe dissessem que o Cybertruck é inspirado num dos carros de James Bond?

As linhas angulares do Lotus Esprit de 1976 terão servido de base à última aventura da Tesla.

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O Lotus Esprit de 1976 terá inspirado as linhas do Cybertruck DR
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A apresentação do novo modelo da Tesla, há uma semana Reuters
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O patrão da Tesla Elon Musk confessou na sua conta pessoal de Twitter que “o design do Cybertruck foi influenciado em parte pelo [filme] 007 - Agente Irresistível, ao mesmo tempo que partilha o vídeo do Lotus Esprit de 1976, transformado em submersível e totalmente apetrechado de gadgets.

A frase de Musk poderá representar um piscar de olho aos mais nostálgicos e aos fãs do agente secreto, numa busca por aliados na sua defesa de um design que tem sido alvo das mais diferentes críticas — e piadas. Certo é que recuperar a história do Lotus Esprit permitiu ao empreendedor, cuja perícia na arte do marketing é sobejamente conhecida, voltar a colocar o seu nome entre as histórias mais populares dos mais diversos órgãos de comunicação social, um pouco por todo o globo, e suavizar a onda de comentários negativos de que tem sido alvo.

A história do Lotus Esprit de 1976 remonta a 2013, quando o mundo se pasmava com a sorte de um casal que recebeu uma fortuna por um veículo pelo qual pagara uns módicos cem dólares em 1989 (90 euros, ao câmbio actual — na época, o valor representava cerca de 16.500 escudos, mais de metade do salário nacional, estabelecido nesse ano nos 31.500 escudos, i.e., cerca de 157 euros).

Afinal, sem que o par imaginasse, tratava-se de um Lotus Esprit de 1976, que brilhou em 007 - Agente Irresistível, com Roger Moore, numa das cenas que terá marcado o patrão da Tesla. No caso, tratava-se de uma versão totalmente convertida em submarino que, por não poder circular em terra, ficou guardada num depósito, cujo conteúdo foi leiloado às cegas pelo valor referido. Já este século, o modelo foi arrematado por 616 mil libras (o equivale hoje a quase 725 mil euros) num leilão organizado pela conceituada RM Sotheby’s. E a nada menos que a Elon Musk.

Musk, na época, após ter sido revelado como o generoso comprador, confessou o quão “incrível” era “para um rapaz da África do Sul ver o James Bond a conduzir seu Lotus Esprit até um cais, apertar um botão e transformar o carro num submarino”. Porém, a transformação era apenas para o ecrã: na realidade, havia mais do que um modelo a ser usado nas filmagens — um tinha mobilidade em terra firme; outro era um submarino. “Fiquei desapontado ao descobrir que [o Lotus Esprit] não se consegue transformar.” Porém, prometeu “actualizá-lo com um motor eléctrico da Tesla Motors e tentar fazer com que se transforme de verdade.”

Cybertruck Bond?

Agora, diz-se, é esse mesmo carro que serviu de base ao incómodo Cybertruck, cujas linhas, extremamente angulares, dificilmente conseguirão homologação de segurança na Europa, sobretudo no item referente à segurança de transeuntes.

O Cybertruck, apresentando na passada semana, apresentou-se “desenhado para ter a utilidade de uma pick-up e a performance de um desportivo”, ao mesmo tempo que apresenta todas as funcionalidades de que uma família precisa — com 588,5cm de comprimento, 202,7cm de largura e 190,5m de altura, o veículo tem capacidade para seis ocupantes — sem que seja minimamente familiar.

Porém, o desenho, totalmente em contraciclo com o que existe actualmente, não entusiasmou. E, para piorar (ou melhorar o falatório), uma suposta falha durante a apresentação colocou a Tesla nas capas internacionais.

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