Presidente do Suriname condenado por homicídio

Desi Bouterse, actualmente em visita oficial à China, foi condenado a 20 anos de prisão.

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Desi Bouterse, de 74 anos, foi reeleito em 2015 LUSA/FLORENCE LO / POOL

O Presidente do Suriname foi na sexta-feira considerado culpado pela morte de 15 opositores políticos em 1982, depois do golpe que o levou ao poder, e condenado a 20 anos de prisão.

A oposição já exigiu a demissão de Desi Bouterse, actualmente em visita oficial à China. Mas o tribunal militar que o condenou ainda não ordenou a sua detenção.

O vice-presidente do partido de Bouterse convocou uma reunião de emergência e disse que o líder deverá regressar ao país ainda este fim-de-semana.

Bouterse chegou ao poder através de um golpe militar e chefiou os destinos da antiga colónia holandesa durante os anos 1980. Voltou ao poder em 2010 e foi reeleito cinco anos depois.

O tribunal deu como provado que Bouterse supervisionou a operação em que soldados sequestraram e executaram 15 dos principais críticos do governo, incluindo advogados, jornalistas e professores universitários.

O Presidente, que tem negado as acusações, ainda pode recorrer. Em comunicado, o governo do Suriname pediu à comunidade para “manter a paz”.

Esta não é a primeira vez que o líder de 74 anos enfrenta condenações na justiça. Em 1999 foi condenado in absentia por tráfico de droga por um tribunal holandês, embora tenha negado as acusações. O filho de Bouterse, Dino, também foi condenado em 2005 por liderar um grupo ligado ao tráfico de droga, armas e roubo de carros de luxo.

Num comunicado conjunto, as missões diplomáticas da Holanda, EUA, Reino Unido, Espanha, Alemanha e França no Suriname consideraram “fundamental” que o veredicto seja respeitado.

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