JR lançou uma app que conta histórias na primeira pessoa

O artista francês transportou os seus murais para uma app de realidade aumentada, que permite que os utilizadores fiquem a conhecer a história de cada um dos retratados. Como? Basta clicar na pessoa que queremos conhecer e ela conta-nos tudo.

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JR diz ter “a maior galeria de arte do mundo”: as paredes que encontra em cada rua. O artista francês, cujo verdadeiro nome ninguém conhece, viaja à procura de histórias que depois “expõe” no espaço público, normalmente sob a forma de grandes murais. Exemplo do seu trabalho é o telhado da prisão de Tehachapi, na Califórnia, que JR transformou numa tela onde foi gravada a imagem de alguns dos detidos. Mas, desta vez, o artista foi ainda mais além: através de uma app, é possível conhecer a história de cada um dos homens retratados.

Disponível para iOS e Android, a aplicação JR:murals reúne quatro trabalhos do artista em realidade aumentada, oferecendo aos utilizadores a possibilidade de explorarem cada um deles de uma forma interactiva. Basta clicar na imagem de uma pessoa para ficarmos a conhecer a sua história, contada na sua própria voz. Se escolhermos ouvir as histórias de Tehachapi, ficamos a saber que Raul, o homem que está no vértice da pirâmide do mural, foi preso aos 21 anos, depois de um assalto à mão armada: “Agora tenho 37 e todos os dias me esforço para ser uma pessoa melhor”, diz.

Na app também é possível encontrar The Chronicles of New York City, onde é contada a história de 1128 nova-iorquinos; The Chronicles of San Francisco, que retrata 1200 pessoas; e The Gun Chronicles: A Story of America, a imagem de 245 americanos que foi capa da Time, em que todos os intervenientes expressam a sua opinião acerca das armas nos Estados Unidos. A lógica é a mesma: ao clicar numa pessoa, ficamos a saber a sua história.

JR é conhecido por diversos trabalhos, alguns de cariz interventivo: em 2017, criou uma instalação com a imagem de uma criança na fronteira entre o México e os Estados Unidos, para lançar o debate sobre a imigração. E, no mesmo ano, trabalhou com Agnés Varda no documentário Visages Villages.

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