Corbyn sem resposta sobre se faz campanha pelo “Brexit” ou pela permanência do Reino Unido na UE

“Brexit” dominou o primeiro debate entre os líderes trabalhista e conservador. As eleições são a 12 de Dezembro.

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Reuters/Jonathan Hordle/ITV

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ficou sem resposta de Jeremy Corbyn quando questionou o líder trabalhista sobre se vai fazer campanha pelo “Brexit” ou por uma permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

Num debate televisivo, esta terça-feira à noite, Johnson, que é líder do Partido Conservador, perguntou a Corbyn se, caso vença as eleições, vai fazer o referendo que tem prometido para perguntar aos britânicos se querem um acordo que ele negociará com Bruxelas ou ficar na União Europeia.

Corbyn comprometeu-se com um segundo referendo, mas não respondeu ao resto da pergunta. Tem defendido negociar um novo acordo que inclua uma união aduaneira com a UE e o alinhamento com o mercado único e com a legislação laboral e ambiental, o qual submeteria a uma consulta com efeito vinculativo e que teria como opção a permanência na UE.

“O que as pessoas precisam de saber é se ele acredita no acordo que está a propor fazer. Quer realmente fazer esse acordo? Porque, se ele não acredita, ou num caso absurdo, ele depois fizer campanha contra no próximo referendo, qual é o sentido de Bruxelas lhe oferecer um acordo?”, questionou Boris Johnson, no debate do canal ITV.

Corbyn explicou que quer “unir as pessoas, portanto, haverá um referendo em que essa decisão será tomada pelo povo britânico”, disputando, por seu lado, a garantia de Johnson de que é possível negociar um acordo de comércio livre com Bruxelas até ao final de 2020.

“Já disse que pretende fazer um acordo de estilo Canadá, que levou pelo menos sete anos para negociar. Por isso, não vai conseguir fazê-lo em poucos meses. E sabe-o perfeitamente”, vincou.

O líder trabalhista acusou Johnson de querer abrir o sistema nacional de saúde britânico a empresas privadas norte-americanas, mostrando uma série de documentos que disse estarem relacionados com “negociações secretas”, o que o primeiro-ministro negou.

Johnson e Corbyn responderam durante uma hora a perguntas da audiência composta por pessoas de diferentes áreas sociais e políticas.

Os dois foram confrontados com a falta de confiança dos britânicos nos políticos e debateram temas como a saúde, a despesa pública e a família real, em concreto o envolvimento de um dos filhos da rainha, o príncipe André, num escândalo sexual (o caso Epstein).

A audiência não conteve não conteve as gargalhadas em alguns momentos, por exemplo quando Boris Johnson disse que a verdade “é muito importante” e quando Jeremy Corbyn garantiu que a redução da semana de trabalho para quatro dias “vai ser paga pelo aumento da produtividade”.

Uma acção judicial dos Liberais Democratas e do Partido Nacionalista Escocês para alargar o debate foi rejeitada pelos tribunais. Está marcado um novo debate para 6 de Dezembro, com a presença de Jo Swinson (Lib-Dem), mas nem Corbyn nem Johnson confirmaram ainda a sua presença.

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