Raqueta destruída por Serena Williams pode valer até 50 mil dólares

A fúria da tenista contra o juiz do jogo, em Setembro de 2018, está a contribuir para o interesse no objecto danificado.

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USA Today Sports/Reuters

Cinquenta mil dólares. É esse o valor que a raqueta destruída por Serena Williams, na final do Open dos EUA, em 2018, pode atingir num leilão que decorre até 7 de Dezembro.

A explosão da tenista, durante o jogo contra a japonesa Naomi Osaka, actualmente na terceira posição do ranking WTA — mas que, no fim desse impressionante jogo, terminaria em primeiro lugar, sagrando-se campeã —, foi penalizada pelo juiz do jogo, o português Carlos Ramos, que lhe retirou um ponto. Isto, já depois de várias advertências por estar a receber instruções do seu treinador.

A decisão do árbitro originou uma segunda explosão em Serena Williams, que o acusou de ser sexista e racista, ameaçando-o de que “nunca mais” iria arbitrar uma final. Resultado: o português determinou novo castigo. No fim, Williams foi condenada a pagar uma multa de 17 mil dólares — a tenista foi multada em dez mil dólares (8641 euros, no câmbio da época) por abuso verbal contra o árbitro, quatro mil (3456 euros) por receber instruções do treinador e três mil (2592 euros) por partir uma raqueta. A contribuir para a penalização esteve o treinador de Williams, Patrick Mouratoglou, que admitiu ter dado indicações à tenista, dando assim razão ao árbitro.

O caso não ficou por aqui, tendo desencadeado uma discussão, que dividiu a sociedade: de um lado, quem acusava Williams de não conseguir controlar as suas emoções dentro do court; do outro, quem defendia a ideia de que se o caso se desse com um atleta masculino, o mesmo não teria sido penalizado pela explosão emocional.

No entanto, a história dita o contrário. Em 1981, o intempestivo John McEnroe decidiu questionar uma decisão do árbitro Edward James, durante um jogo do Torneio de Wimbledon, e acabou multado em 1500 dólares e a enfrentar uma possível desqualificação do Grand Slam do qual viria a sair campeão, após uma final épica contra o sueco Björn Borg, com o qual viveu uma rivalidade ímpar que viria a dar origem ao filme: Borg Vs. McEnroe, de Janus Metz (2017).

A preciosa raqueta de Serena Williams

O episódio que colocou Serena Williams no foco das atenções dos media passou, mas a raqueta partida, uma Wilson Blade, ganhou um estatuto importante, passando a ser vista como parte integrante da memorabilia do ténis. E, desde esta segunda-feira, pode ser licitada, num evento lançado pela Goldin Auctions, que decorre até 7 de Dezembro.

O preço base de licitação é de dois mil dólares, mas é expectável que o valor ascenda aos 50 mil dólares (45.150 euros): “Acho que o valor mais baixo [final] seria de dez mil dólares e não ficaria surpreendido se chegar aos 25 mil ou mesmo aos 50 mil dólares”, afirmou Ken Goldin, fundador da Goldin Auctions, ao jornal norte-americano The New York Times. Doze horas depois, a raqueta foi licitada cinco vezes, apresentando-se por 2750 dólares.

Jesse Owens, recordista no leilão

O leilão da raqueta de Williams insere-se numa acção maior, de 1524 lotes de artigos relacionados com eventos desportivos ou com atletas de renome, entre os quais se destaca uma das quatro medalhas de ouro conquistada pelo norte-americano Jesse Owens, nos históricos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.

Filho de agricultores do estado do Ohio e neto de escravos, Owens foi a pedra no sapato de Hitler, que pretendia usar o evento para afirmar a propaganda e a supremacia nazi. O objecto, repleto de simbolismo, apresenta-se, agora, com uma base de licitação de 250 mil dólares (225.755 euros).

Outros lotes incluem o taco de basebol com que Babe Ruth realizou 177 home runs, entre 1919 e 1922 (30 mil dólares/27.090 euros), ou o cartaz que, no aniversário da NBA, homenageou os 50 melhores jogadores da liga de basquetebol norte-americana (dez mil dólares/9030 euros).

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