Missão da CEDEO está na Guiné Bissau para mediar crise entre Presidente e primeiro-ministro

Iniciativa diplomática tenta desbloquear situação que leva à existência de dois governos, numa altura em que se iniciou a campanha para as eleições presidenciais.

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José Mário Vaz, nas últimas eleições Joe Penney/REUTERS

Uma delegação da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) chegou a Bissau este fim-de-semana Bissau para mediar a tensão política entre o Presidente, José Mário Vaz, e o primeiro-ministro, Aristides Gomes, que leva à existência neste momento de dois governos.

A missão, que inclui Jean Claude Kassi-Brou, presidente da CEDEAO, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Níger, Kalla Ankourao, deve reunir-se este domingo com José Mário Vaz e Aristides Gomes. A missão vai encontrar-se ainda com dirigentes políticos, órgãos de gestão eleitoral e candidatos às eleições presidenciais do próximo dia 24.

A campanha eleitoral iniciou-se entretanto no sábado.

A Guiné-Bissau vive uma tensão política na sequência da decisão do Presidente da República de demitir o Governo de Aristides Gomes, que denunciou uma tentativa de golpe de Estado de um dos candidatos às presidenciais, o general Umaro Sissoco Embaloó. José Mário Vaz, como já fez inúmeras vezes no passado, nomeou um governo de iniciativa presidencial, liderado por Faustino Imbali, e deu-lhe posse.

O executivo de Imbali, no entanto, ainda não assumiu a gestão do Estado, dada a recusa de Gomes em acatar a ordem de José Mário Vaz, que considera ilegal. Aristides Gomes não reconhece a decisão de José Mário Vaz, porque o seu mandato terminou a 23 de Junho e não ter convocado eleições a tempo de ser substituído e por ser agora candidato às eleições presidenciais.

A maioria da comunidade internacional, incluindo a CEDEAO, tem manifestado apoio ao Governo de Aristides Gomes.

Na corrida para a presidência guineense destacam-se o actual chefe de Estado, José Mário Vaz, o presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, Domingos Simões Pereira, o general Umaro Sissoco Embaló, do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Nuno Nabiam, presidente da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau e que também tem o apoio do Partido de Renovação Social, e o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

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