Um Governo entre o “susto” e o “elefante pesado”

Luís Montenegro considera que o discurso do primeiro-ministro, António Costa, na toma de posse do Governo foi “a fantasia socialista em todo o seu esplendor”. Para Miguel Pinto Luz, passámos de uma “geringonça” para um “elefante bem pesado”.

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Luís Montenegro Nuno Ferreira Santos
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Miguel Pinto Luz Nuno Ferreira Santos

O candidato à presidência do PSD Luís Montenegro criticou o novo Governo que tomou posse este sábado, considerando que “é um susto”, e classificou o discurso do primeiro-ministro, António Costa, como “a fantasia socialista em todo o seu esplendor”. Miguel Pinto Luz, outro concorrente à liderança do partido, define o novo executivo como “balofo, obeso, com peso a mais”.

“Este Governo é um susto! Tem governantes a mais, tem Estado a mais, tem PS a mais”, escreve o antigo líder parlamentar numa nota enviada à agência Lusa, na qual sustenta que o executivo hoje empossado “é um Governo do aparelho partidário socialista e do aparelho socialista na administração pública”.

Na óptica de Montenegro, o XXII Governo Constitucional tem “sociedade civil a menos, tem independentes a menos, tem experiência empresarial a menos”.

O candidato à liderança do PSD – lugar actualmente ocupado por Rui Rio, que também vai disputar as directas do partido – salientou que o discurso do primeiro-ministro momentos depois de o Presidente da República lhe ter dado posse “é uma barbaridade de auto-elogios” e espelha “a fantasia socialista em todo o seu esplendor”.

“Parece que está tudo bem”, critica o social-democrata, vincando que “as pessoas merecem mais respeito e mais pudor”, e questiona se o socialista António Costa “ainda está em modo de campanha e não percebe o caos que reina, por exemplo, no sector da saúde”.

Na nota, Luís Montenegro comenta também “o esboço de programa de Governo anunciado”, sublinhando que “é mais do mesmo”, com “os mesmos princípios, a mesma lengalenga”.

E aponta “várias lacunas”: “não fixa um objectivo de crescimento económico ao nível dos nossos principais competidores europeus, como todos os países de leste”, “a falta de perspectiva de baixa de impostos - uma medida essencial de competitividade fiscal e atracção de investimento” ou “a manutenção de um fraquíssimo investimento público, cuja maior omissão se faz sentir na saúde, que devia ser a prioridade das prioridades para o Governo”.

Sobre o posicionamento do PSD, o candidato à liderança do partido advoga que se exige “a construção de uma alternativa clara, forte e consistente”. “A alternativa não se faz dando a mão ao PS, tem de acabar o tempo de o PSD andar de cócoras perante o PS. Comigo esse tempo vai acabar”, vinca, justificando que “o interesse nacional exige uma oposição firme e uma alternativa a sério”.

Da “geringonça” ao elefante

Miguel Pinto Luz, que também já assumiu a sua candidatura à liderança do PSD refere-se ao Governo que acaba de tomar posse como um executivo “balofo, obeso, com peso a mais”. “Acaba de tomar posse o maior governo português desde 1976. Maior no sentido mais literal da expressão: tem 70 membros, incluindo o primeiro-ministro. Basta este número para se perceber que não vai ser ágil nem operacional”, critica o vice-presidente da Câmara de Cascais.

O social-democrata prevê vários problemas que passam pela coordenação, articulação e sobreposição de pastas e pelouros. “A última coisa de que Portugal precisava era de um Governo como este. Balofo, obeso, com peso a mais”.

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